Eu gripei; sim há dois dias atrás (domingo último) dia intensamente chuvoso, úmido e relativamente frio para os padrões amazônicos, me desloquei com a família (de carro) até uma feirinha no bairro do coroado – zona leste de Manaus.
Veja que precavido e autoritário sentenciei: além de mim, ninguém mais desse do carro!
Exatamente naquele momento de rompante, que vc – dono do conhecimento – chega acreditar que seu peito é de aço, assim no nível do Homem de Ferro, do Super-Man ou pelo menos do Batman.
Pois não sou duro na queda!
Como o meu cérebro só usa 10% de minha capacidade mental (como já alertava Raul Seixas), descobri a duras penas, mais uma vez na vida, que em termos biológicos não sou melhor que uma frágil borboleta, que bem melhor que eu “nunca se acha”, e olha que a mariposa deu título a teoria do “efeito borboleta”, onde se vê que em um simples movimento, mas extremamente poderoso, é capaz de influenciar nossa vida como um todo.
Horas depois do dilúvio, passei a noite mal, não pela febre que por sinal foi pouca, nem pela garganta que embora irritada, não me provocou a mímica da tosse, mas pelo medo!
Sim o medo de estar infectado, de evoluir para a casa dos 5% que não voltam mais ao berço da família e que antes de partirem deixam uma herança maldita de infectados entre os que mais ama.
Hoje, a noite promete, provavelmente durmirei ainda menos que ontem, os sintomas evoluindo ou não, o meu psicológico não me ajudará, tudo será potencializado, a madrugada não terá meio nem fim, fecharei pouco os olhos para não dar chance a imaginação que movida pelo medo, torna tudo catastrófico.
Só os que já passaram neste purgatório e sobreviveram ou neste momento – como eu – estão passando, sabem que nada, absolutamente nada, se compara ao terror de conviver com um inimigo (este sim com poderes de super-herói) invisível, forte, traiçoeiro e extremamente letal.
Mas a noite vai passar, e uma hora vai clarear, trazendo consigo um dia com aroma e paladar.