O Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Roraima, recebeu a certificação internacional do Gitad (Grupo Ibero-americano de Trabalho em Análise de DNA).
O objetivo principal de participar desta prova de proficiência foi assegurar a qualidade das análises desenvolvidas, garantir a confiabilidade e integridade dos resultados obtidos pelo Laboratório e a competência técnica da equipe.
“Ser apto neste teste de proficiência, mostra que estamos acompanhando o nível de qualidade de todos os laboratórios de genética forense do Brasil, da América Latina e de Portugal”, disse a perita criminal, Andrea Cristina Sant’Ana.
Em funcionamento a pouco mais de um ano, esta é a primeira vez que o laboratório se submete a este exame de proficiência internacional. Conforme explicou a perita, para receber o certificado, foi feito um exame às cegas, de diversas amostras encaminhadas da sede do Gitad, na Espanha.
“O Gitad encaminha as amostras forenses a serem analisadas, que foram redistribuídas para todos os laboratórios forenses do Brasil. Realizamos os exames às cegas, sem saber o que estávamos analisando e respondemos todos os questionamentos baseados nos exames realizados. Todos os resultados são enviados de volta para Espanha onde são avaliados. Se o resultado for positivo, recebemos o certificado”, detalhou Sant’Ana.
As amostras chegaram a Roraima no início de 2020 e a aprovação do Gitad saiu em dezembro do mesmo ano.
“Porém a certificação só chegou aqui neste início de ano, a demora se deu devido à pandemia. Como o exame é realizado anualmente, nós já estamos aguardando as amostras de 2021”, afirmou Sant’Ana.
A perita explicou ainda que a certificação é uma das exigências do Ministério da Justiça para integrar a Rede Integrada de Perfis Genéticos.
“Para isso, o Laboratório tem que atender diversos requisitos de qualidade, que são pré-requisitos para efetivarmos nossa participação”, concluiu.
Atuação
LGF-RR (Laboratório de Genética Forense) do IC (Instituto de Criminalística) foi implantado em Roraima em setembro de 2019. Conta com equipamentos de alta tecnologia e um grupo técnico formado por peritos criminais, capacitado para trabalhar nos processos que têm como objetivo esclarecer crimes por meio de exame de DNA, colaborando com as investigações criminais.
Em 2020, o laboratório resolveu 12 casos de identificação humana, identificação de vestígios e crimes sexuais. Além dos trabalhos realizados em parceria com o Governo Federal, a coleta de material biológico de condenados também tem sido um trabalho desenvolvido pelo Laboratório. Outro projeto, também realizado em parceria com o Governo Federal, é a análise de crimes sexuais.
“Todo o material que é coletado no IML (Instituto Médico Legal) referente a crimes sexuais é encaminhado para o LGFRR, o caso estando fechado ou não, tendo suspeito ou não, nós recebemos o material e identificamos o perfil. A gente está fazendo uma força-tarefa para toda a parte de triagem desse material e possivelmente vamos enviar um perito ao Instituto Nacional de Criminalística para fazer uma parte do processamento das amostras, sendo o restante processado aqui no Estado”, revelou.
Gitad
O Gitad (Grupo Ibero- americano de Trabalho em Análises de DNA) foi criado no ano de 1997, pelos pesquisadores José Antônio Acosta Lorente e Juan Carlos Alvarez Merino, professores do Departamento de Medicina Legal da Universidade de Granada, para reunir os países da América Latina e também da Península Ibérica, como Espanha e Portugal, e coordenar a comunicação, partilha de conhecimentos técnicos, experiências e programas de qualidade dos membros, analisando as principais necessidades e problemas e estabelecendo um conjunto de diretrizes de desempenho nas análises em DNA. Atualmente suas análises e certificados têm renome mundial.
Jéssica Laurie
