Em alusão à campanha global “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”, que se inicia nesta sexta-feira, 25, o Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame) da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) distribuiu panfletos no terminal de ônibus e no Centro Comercial do Caxambu, ambos na região central de Boa Vista, a fim de levar informações e conscientizar as pessoas sobre o trabalho do órgão em apoio às vítimas.
“Mundialmente, começa hoje a campanha ‘16 Dias de Ativismo’. No Brasil, nós a iniciamos em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, por entendermos que a mulher preta, além da violência de gênero, enfrenta o racismo”, explicou a diretora do Chame, Aldenize Barros.
Atenta às informações dos fôlderes, a comerciante Débora Silva, 33 anos, aprovou a mobilização. Para ela, quanto mais bem informada, mais fácil romper o ciclo de violência. “Essa atitude de entrega de panfletos é ótima, pois temos muitas mulheres que sofrem caladas e não sabem que precisam dessas informações”, disse.
Já a comerciante Neide Costa, 49 anos, aproveitou a panfletagem para elogiar a atuação do Chame. “Fui muito bem atendida pelo centro. Também o recomendei a uma amiga minha. Na época, ela estava abalada, grávida e foi muito bem acolhida”, reconheceu.
Palestras e outros atos seguem até 10 de dezembro. Nesse período, são comemoradas algumas datas importantes ligadas ao tema, entre elas o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher (25 de novembro) e o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro).
Acolhimento e proteção
O Chame funciona na Procuradoria Especial da Mulher desde 2010 e ajuda a combater as desigualdades de gênero e proteger vítimas de violência em Roraima.
Além de palestras, mutirões, fóruns e campanhas informativas, a instituição dispõe de atendimento multidisciplinar composto de advogadas, psicólogas e assistentes sociais. Os serviços são gratuitos, não demandam agendamento prévio e respeitam sigilo integral das vítimas.
De acordo com a diretora, o centro está preparado para acompanhar a mulher desde a primeira conversa até a denúncia do agressor, caso ela deseje.
“A mulher pode chegar a qualquer momento aqui. Nossos profissionais estão prontos para atender em uma sala de escuta individualizada. A vítima recebe todo o auxílio de que precisa. Se procurar o jurídico, registrar um boletim de ocorrência, a gente a acompanha até a Casa da Mulher Brasileira para ser atendida”, destacou.
Os atendimentos presenciais acontecem em Boa Vista de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na sede do Chame na Avenida Santos Dumont, nº 1470, bairro Aparecida. Há também um espaço de acolhimento no município de Rorainópolis, localizado na Rua Senador Hélio Campos, sem número.
Os remotos são feitos pelo ZapChame ([95] 98402-0502), que funciona 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
16 Dias de Ativismo
A mobilização “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher” começou em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), debateram e denunciaram as várias formas de violência de gênero no mundo.
Suellen Gurgel