ALERR fortalece participação feminina na política

Arcabouço jurídico criado pela Assembleia Legislativa reforça atuação de mulheres no cenário político roraimense. – Foto: Tiago Orihuela / Eduardo Andrade/

Para garantir cada vez mais a participação feminina no processo eleitoral, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) atua no sentido de empoderar as mulheres e fazer com que elas concorram a mandatos eletivos, seja aprovando leis ou criando programas que incentivem novas adesões. Um dos objetivos da Casa é reforçar a importância da representatividade desse público no cenário político roraimense.

O arcabouço jurídico criado pela Assembleia Legislativa conta com dispositivos que destacam esse papel. A Lei nº 1.543/2021, de autoria da deputada Betânia Almeida (PV), institui a “Semana Estadual de Incentivo à Participação da Mulher no Processo Eleitoral” no calendário oficial de Roraima. O intuito é conscientizar a população em relação ao papel da mulher na política.

“Nosso objetivo é promover na sociedade roraimense o debate sobre a importância do tema. Acredito que, a partir da mudança cultural, poderemos ter um maior engajamento político por parte das mulheres e criar um ambiente político seguro e acolhedor, livre de discriminação e opressão”, disse a parlamentar na justificativa de sua proposta.

A matéria prevê a promoção de palestras, seminários, conferências e audiências públicas, além de distribuição de material informativo, produção de conteúdo pela internet e mídias sociais, ações essas que devem ser articuladas em parceria com órgãos do poder público.

Lugar da mulher é na política

O Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, presidido pela deputada Lenir Rodrigues (Cidadania) e ligado à Superintendência de Programas Especiais da ALERR, promove ações importantes para o público feminino, por meio do Centro de Incentivo às Mulheres na Política, com o “Mulheres na Política Partidária” e “Espaço Vital”.

“Eu acredito na força da mulher na política e na vida, em lugares de destaque e fazendo a diferença na sociedade. Sou uma mulher que defende o que acredita e por isso trabalho buscando contribuir para a melhoria social e econômica das pessoas, o desenvolvimento e fortalecimento das capacidades para uma melhor qualidade de vida das famílias. Sou um exemplo vivo disso”, salientou a parlamentar.

Estatísticas

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que, nos partidos, mais de 44% dos filiados são do sexo feminino. Mas quando se fala de representação no Legislativo estadual, isso é bem diferente: dos 24 deputados, apenas 7 são mulheres, menos de 30%. O número é bem maior que nas legislaturas passadas, mas ainda inexpressivo. A falta de apoio partidário e de informação são os principais entraves, conforme explica a coordenadora do Centro de Incentivo às Mulheres na Política, Antônia Calheiros.

“São as maiores dificuldades que as mulheres enfrentam. Muitas vezes, o apoio é pequeno ou tem intenções duvidosas. Quando se tem informação, elas passam a ter uma visão mais ampla de que podem se candidatar, pois muitas acham que esse espaço de poder político só pode ser ocupado por homens. Quando se tem informação, se tem tudo”, frisou.

Mulher forte, batalhadora

Palmira Leão já perdeu as contas de quantos animais já conseguiu salvar pelas ruas de Boa Vista. Foram centenas de resgates e, com o tempo, o amor pelos bichos se transformou em bandeira de luta pelo fim da violação dos direitos de cães e gatos. A contadora por formação e protetora independente por amor é militante e participa ativamente das discussões sobre o assunto.

A urgência em colocar em prática ações mais eficientes fez com que Palmira decidisse concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa em 2022. Para ela, o empoderamento feminino na política é promissor.

“A gente sabe o poder que as mulheres têm. Quando elas querem fazer bem-feito, isso acontece. O comprometimento, a garra e a força dentro dela, se usados positivamente, podem fazer a diferença”, afirmou.

Texto: Kátia Bezerra

 

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