Representatividade: Lugar de mulher também é no esporte

Neste Dia Internacional da Mulher, elas mostram que mesmo em um segmento composto em sua maioria por homens conquistam mais seu merecido espaço. – Fotos: Katarine Almeida/Fernando Teixeira

O esporte, em geral, ainda é visto por muitos como um segmento praticado e adorado em sua maioria por homens. Porém, aos poucos, as mulheres conquistam mais seu merecido lugar, mostrando que, com muita garra e dedicação, é possível ocupar os mais diferentes espaços sociais.

Prova disso é a jovem nadadora Kaylane Greco, de 19 anos. Aos 11, começou sua carreira oficialmente, passando a integrar a Federação de Desportos Aquáticos de Roraima (ABAV). Em menos de um ano já obteve destaque a nível estadual e competiu pela primeira vez fora de Roraima.

Em 2015, representou o estado nos Jogos Escolares Brasileiros (JEB’S) e em 2017, aos 15 anos, conquistou sua primeira medalha de ouro na Copa Roraima de Natação, passando a obter nível técnico para participar de outros tipos de competições.

“Em 2019, fui a primeira atleta roraimense convocada para representar a seleção brasileira na 39ª Copa Pacífico, que aconteceu em Lima, Peru. Junto com a minha equipe de revezamento feminino, conseguimos ficar na 6ª colocação do 4×100 metros livres”, disse.

A nadadora integra o programa Bolsa Atleta, da Prefeitura de Boa Vista e destacou que ainda há muitos desafios a serem enfrentados pelas mulheres em meio ao universo do esporte, principalmente em relação ao machismo.

“Nós enfrentamos muitas dificuldades, começando por uma certa resistência em conseguir apoio e patrocínio, pois muitos pensam que não temos capacidade de nos destacar. Em competições, já me deparei com vários homens me olhando de ‘cima a baixo’ e me perguntando o que eu estava fazendo ali, que eu não tinha forças para competir. E isso, na verdade, só me estimula mais a querer ser melhor”.

Atualmente, Kaylane é considerada a nadadora mais rápida de todo o estado de Roraima, detendo o recorde absoluto nos 50 metros livres feminino, além de outros diversos destaques em competições.

Representatividade é tudo

A professora de karatê Naiane Alberto, de 21 anos, também é um desses exemplos de sucesso e persistência. Aos 16 anos começou no esporte praticando boxe na Vila Olímpica e logo aos 17 se descobriu no karatê.

Em 2021, Naiane conquistou medalha de ouro e bronze no Campeonato Brasileiro de Karatê promovido no Ceará. No mesmo ano, também conseguiu colocação nos Jogos Brasileiros Universitários (JUB’S), em Brasília (DF). Já no Campeonato Estadual de Karatê (Boa Vista Open), ficou em 1° lugar em duas categorias.

Ainda no ano passado, Naiane passou a integrar o Bolsa Atleta e foi convidada para dar aulas de karatê no Centro de Iniciação Esportiva (CIEP) da Vila Olímpica. Além disso, ela também é instrutora numa academia particular, sendo a única mulher entre os mestres.

“Lá sou a única mulher. Para mim, isso é muito importante, pois as alunas enxergam em mim que é possível competir e vencer. Para todas as meninas que se sentem desencorajadas: não se deixem abater”, explicou.

Marcus Miranda

 

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