Mosca da Carambola: Aderr alerta produtores sobre risco do transporte de frutos hospedeiros

O transporte irregular dessas frutas, mesmo que em pequenas quantidades, faz a praga chegar em lugares que ainda não ocorre. – Fotos: Ascom/Aderr

A Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima) tem realizado, com muito trabalho dos seus técnicos, combate e erradicação da mosca da carambola. Uma das causas da dispersão da praga é o transporte de frutos hospedeiros. Isso porque muita gente ainda não respeita as recomendações passadas pelo Ministério da Agricultura e pelo Governo do Estado.

O transporte de caju, manga, taperebá, biribá, ajuru, acerola, muruci, araçá-boi, pitanga, goiaba, goiaba-araçá, ameixa-roxa, jambo-vermelho, carambola, sapotilha (sapoti), abiu, cutiti, tangerina, laranja-da-terra, tomate, pimenta-de-cheiro, fruta-pão e bacupari, mesmo que em pequenas quantidades, faz a praga chegar em lugares que ainda não ocorre.

O diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Marcelo Parisi, faz uma alerta para as pessoas que ainda insistem em burlar as recomendações e as barreiras fitossanitárias, sobre o problema que pode ser criado para a fruticultura do Estado e, consequentemente, do País.

“A gente alerta a quem transporta os frutos hospedeiros, passando pelas barreiras de forma oculta para evitar perder o produto, que o dano que pode ser causado gira em torno de milhões de reais. É um prejuízo gigantesco para a economia de Roraima e do Brasil, porque se uma mosca dessa sair para regiões de grande produção, o estrago será incalculável”, enfatizou Parisi.

Como ficam as frutas atacadas

A fruta é perfurada e dentro dela são colocados ovos. No local da perfuração forma um buraco onde se dá o apodrecimento. As larvas da mosca destroem a polpa das frutas, ficando ruim para o consumo.

Danos para a economia

É importante ter também a consciência do problema que pode causar a economia. Conforme destaca Parisi, se a praga se alastrar pelo Brasil o prejuízo estimado é 30,7 milhões de dólares no primeiro ano, além de perdas na produção, pois os frutos ficam impróprios para serem consumidos.

Hoje a mosca da carambola representa um dos grandes problemas fitossanitários da fruticultura mundial. Em Roraima, a Aderr trabalha com ações de controle com a instalação de armadilhas onde há focos de mosca, visando o monitoramento da área. Nas barreiras que estão localizadas em pontos estratégicos como aeroportos e rodoviárias e, em rodovias de trânsito interestaduais, a fiscalização é rigorosa para evitar o trânsito de frutos hospedeiros.

“Pedimos a colaboração de todos para que fiquem atentos aos frutos que podem conter a praga, evitando a sua propagação. Quando estamos em trânsito somos obrigados a passar nas barreiras da Aderr e é necessário termos a consciência dessa fiscalização, pois é importante para evitar a disseminação da praga e danos irreversíveis à fruticultura de Roraima e do país”, enfatizou o governador Antonio Denarium.

Mosca da Carambola

Chamada cientificamente como Bactrocera carambolae, a praga quarentenária é uma das que mais tem causado problema para a fruticultura mundial.

No ciclo de vida ela apresenta as fases de ovo, larva, pupa e adulto. As fêmeas põem ovos na casca dos frutos novos e, a partir daí, nascem as larvas, que para se desenvolverem vão para dentro da polpa.

As larvas depois que crescem saem do fruto e se transformam em pupa no solo, ficando nessa fase por 10 a 12 dias, quando nascem os adultos, com asas de coloração amarela, dando início a um novo ciclo.

Elias Venâncio

 

 

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