O Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) ofertado pelo Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima (CBV/IFRR) já formou diversos mestres nos últimos meses, todos oriundos da primeira turma, iniciada no segundo semestre de 2019. Os nomes dos egressos podem ser vistos aqui; e os trabalhos realizados por eles, consultados no Observatório do ProfEPT e no site do IFRR.
Segundo a coordenadora local do programa, professora Danieli Lazarini de Barros, além dos egressos, que já finalizaram os trabalhos, os demais pesquisadores da primeira turma, com o apoio dos orientadores, estão finalizando os estudos e organizando-se para apresentar suas defesas até o fim deste semestre letivo. Ainda de acordo com Danieli, o programa vai continuar na unidade de ensino. Nesta semana, os alunos da terceira turma já começaram a fazer a matrícula, e o começo das aulas está previsto para 4 de abril.
O diretor-geral do CBV em exercício, professor Ananias Noronha, falou sobre a relevância do programa, que atende servidores e pessoas da comunidade externa. Ele citou o olhar crítico e humano como o diferencial da formação. “[…] os novos mestres apropriam-se da importância que a educação profissional tem como modalidade de ensino que ultrapassa o senso comum, de que a educação profissional existe unicamente para atender ao mercado de trabalho. Ela está para além disso. Forma cidadãos e cidadãs capazes de contribuir para mudanças estruturais na relação homem versus mundo”, disse.
Todos os egressos já realizaram a defesa da dissertação, antecedida de pesquisa e apresentação de produto educacional, elaborado ao longo do curso com o olhar voltado à educação profissional e tecnológica (EPT). Seguem dois casos de egressos do mestrado profissional, o de um servidor do IFRR e o de uma representante da comunidade externa.
Socializando conhecimento da Hidrostática
Entre os formados da primeira turma nas vagas preenchidas por servidores está o professor de Física Hytalo Costa, lotado no Campus Amajari (CAM/IFRR). Ele defendeu, sob a orientação do professor doutor Rodrigo Barros, a dissertação “Aprendizagem significativa no ensino de Física: metodologias ativas na Educação Profissional e Tecnológica”.
O produto educacional elaborado pelo pesquisador foi a sequência didática Hidrostática para Leigos, que teve como objetivo mostrar que o pluralismo metodológico aliado às tecnologias digitais contribui para o aperfeiçoamento da prática de sala de aula na promoção da aprendizagem significativa e, consequentemente, na formação humana integral do sujeito.
Costa explicou o que significou para ele a qualificação proporcionada pelo ProfEPT. “Foi um grande passo para a minha formação profissional como professor pesquisador. Além disso, proporcionou-me a oportunidade de contribuir com uma proposta alternativa na busca de soluções para problemas que impactam o ensino de Física na Rede Federal de Ensino”, afirmou.
Além da busca do título, a chegada de uma nova vida
Outra pessoa egressa do programa é a professora estadual Sarah Cruz de Souza Oliveira. Ela também fez parte da primeira turma, entrando nas vagas de ampla concorrência. Relembrou que, no ato da matrícula, estava gestante do terceiro filho. “Mas isso não me impediu de realizar o curso e alcançar o almejado título de mestre”, relatou.
O trabalho de dissertação da pesquisadora foi o “Estágio Curricular na Educação Profissional e Tecnológica: alternativas para favorecer a inclusão de alunos surdos do Instituto Federal de Roraima/Campus Novo Paraíso”, que contou com a orientação da professora doutora Tassiane Ferrão.
Já o produto educacional elaborado por ela foi o guia Manual Orientador de Estágio, que traz orientações sobre a realização do estágio como parte integrante do currículo dos cursos técnicos integrados ao ensino médio do CBV. Ele foi produzido num formato acessível ao aluno surdo, contribuindo para a quebra de barreiras comunicacionais e colaborando para a permanência e a conclusão com êxito dessa importante etapa estudantil.
A professora, que tem expertise em Educação Especial, atua há mais de quinze anos nessa área, no Centro de Atendimento Especializado de Boa Vista (CAE/BV). Ela falou sobre a alegria e a satisfação de poder contribuir para a sociedade com sua pesquisa, além de expressar gratidão à sua orientadora pelo empenho e profissionalismo.
Em relação à maternidade, a mestre comentou que os desafios foram imensos. “Quem é mãe sabe que encontrar um equilíbrio entre estudos e família não é fácil. Contudo, Deus agiu no impossível e providenciou o apoio, que pude encontrar na família, nos amigos e nos professores do mestrado”, declarou.
Além disso, a egressa relembrou o percurso na instituição. “Sou grata ao IFRR, instituição que sempre fez parte da minha trajetória acadêmica, pois nela concluí o ensino fundamental e o médio, e hoje posso dizer que ela continua me proporcionando mais uma formação”, contou.
ProfEPT no IFRR
O ProfEPT tem como objetivo qualificar servidores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e o público em geral. Visa tanto à produção de conhecimento quanto ao desenvolvimento de novos produtos educacionais. Aqui em Roraima, na última seleção, o mestrado do ProfEPT abriu 24 vagas, sendo metade para servidores e metade para a comunidade em geral.
Compõem o quadro docente do programa professores doutores do instituto que atuam nos Campi Boa Vista (CBV), Novo Paraíso (CNP), Amajari (CAM) e Boa Vista Zona Oeste (CBVZO). Além das aulas com os professores da instituição, os estudantes cursam disciplinas eletivas, por meio da plataforma do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), no Centro de Referência em Formação em Educação a Distância (Cefor), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), instituição à qual está vinculada à Coordenação Nacional do programa.
Para obter outras informações sobre o ProfEPT no IFRR, o interessado deve acessar o portal institucional na página https://www.ifrr.edu.br/profept ou enviar suas dúvidas para o e-mail profept@ifrr.edu.br.
Sofia Lampert