Magistério Indígena: Alunos aproveitam aulão da Escolegis para tirar últimas dúvidas antes de concurso

Professores aplicaram exercícios formulados pela mesma banca que vai aplicar provas e deram dicas. – Fotos: Eduardo Andrade

Esta sexta-feira, 18, foi diferente para os candidatos que vão fazer o concurso público para professor da carreira do magistério da educação indígena da rede estadual que acontece neste domingo, 20.

Eles aproveitaram para assistir ao aulão pela Escolegis (Escola do Legislativo), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), que marca o encerramento dos dois meses de preparatório ofertado pela instituição.

O aulão híbrido (presencial e on-line) ocorreu no Plenário Deputada Noêmia Bastos, das 18h30 às 23h, e foi transmitido pela TV Assembleia, 57.3, e redes sociais do Parlamento. Os alunos que assistiram presencialmente receberam, gratuitamente, apostilas para acompanhar as aulas.

Pelas redes sociais, eles interagiram com os professores. “Superdinâmica essa aula”, disse a internauta Patrícia da Silva Gomes. “Parabéns, professora! Excelente aula!”, afirmou Freddy Pereira.

A abertura do aulão contou com a presença de três parlamentares. Além de Catarina Guerra (SD), presidente da Escola do Legislativo, compareceram as deputadas Lenir Rodrigues (Cidadania) e Angela Aguida (PP), que são professoras de carreira e deram as boas-vindas aos candidatos.

“Esse momento é importante, pois é a conclusão de uma etapa. Durante esses meses, a Escolegis deu suporte, encorajou e impulsionou, e hoje a gente encerra com esse superaulão, que busca aproximar os sonhos dos candidatos dando as melhores dicas, com qualidade, para que façam uma boa prova no domingo. A gente termina com a sensação de dever cumprido”, disse Catarina, ao lembrar que muitos dos candidatos estavam há dez anos esperando pelo concurso.

Ela ressaltou que a presença das deputadas foi um apoio aos candidatos. “A nossa união faz a diferença, cada uma com sua contribuição. As duas são grandes professoras que reconhecem a importância da educação para o nosso Estado, e a presença delas, desejando êxito aos alunos, foi realmente muito importante”.

Para a deputada Lenir Rodrigues, “o professor indígena tem carreira em Roraima e é exemplo para o Brasil”. “Hoje, a gente concretiza um sonho. Durante dois anos seguidos, coloquei emenda no valor de R$ 500 mil para ser realizado esse concurso. Sinto-me emocionada por estarmos no último dia do aulão da Escolegis. Quero agradecer ao presidente Soldado Sampaio [Republicanos] e à deputada Catarina Guerra, que preside a escola, e ao diretor Breno [Carvalho], que me ajudou muito a chegar aos lugares mais distantes do Estado e trazer esses professores até aqui para terem essa oportunidade, ver dicas concretas de como passar neste concurso”, enfatizou.

A deputada Angela Águida ressaltou que o concurso indígena é importante porque se preservará uma cultura que é diferenciada. “Serão profissionais da educação da mesma etnia, que pensam da mesma forma e que valorizam os costumes, ou seja, existe uma afinidade, uma empatia de valores e de tradição. Além disso, é uma oportunidade para essas pessoas serem efetivadas no Estado”.

Alunos

Olhos atentos, caneta e papel nas mãos aliados ao sonho da estabilidade financeira e do futuro casamento motivaram o casal de namorados Lailson Gonçalves da Silva e Aline Castro Farias a assistir ao aulão. Indígenas da etnia Macuxi, eles vieram do município de Cantá, a 37 quilômetros de Boa Vista.

“Estamos nos preparando há seis meses. Estudamos duas horas por dia e sempre à noite, porque durante o dia trabalhamos. Esse aulão está sendo de grande importância na reta final, pois sempre há dúvidas, principalmente em relação à LDB [Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional]. Então, nada melhor do que ter esse reforço antes da prova. Se a gente passar, a gente se casa”, garantiu.

Aline Castro disse que está se preparando desde o concurso anterior do Estado, feito também para professor. “Estou me dedicando bastante. Os professores da Escolegis são ótimos e é justamente por isso que vim, para aproveitar essa oportunidade”.

A professora seletivada Dilenilda Selvino do Nascimento, da etnia Macuxi, saiu do município de Pacaraima, a 218 quilômetros de Boa Vista, em busca de aprimorar os conhecimentos e ser aprovada. “Esse momento é uma oportunidade para rever o conteúdo e ter uma aprovação para acabar com essa insegurança profissional e poder contar com esse dinheiro todos os meses”.

Os responsáveis pelo aulão foram os professores Marcus Albano Júnior, Gislayne Silva de Deus, Jardel Leite, Gibton Pereira de Andrade e Giselle Correia Bispo. Eles ministraram, respectivamente, aulas sobre as leis nº 8069/90 e 13.146/15; Lei 053/2001; Raciocínio lógico; LDB e Língua Portuguesa.

Marilena Freitas

 

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