O Hospital da Criança Santo Antônio, única unidade que atende criança de todos os municípios, dispõe desde 2007 de um trabalho especial para que os pacientes em idade escolar não fiquem sem aprendizado durante o período de internação. Para isso, três pedagogas cedidas pela Secretaria Municipal de Educação têm a responsabilidade pelas aulas particulares.
Uma sala equipada com mesa, livraria e brinquedos ajudam a estimular os estudos das crianças. Pacientes debilitados e que não conseguem se locomover para a sala, recebem as aulas no leito de internação, como é o caso da Silmara Moreira de 8 anos.
“Minha filha quebrou o braço em uma brincadeira de corrida. Estamos há doze dias aqui e fico muito feliz em ver ela estudando. Vou levar o relatório das aulas para a professora dela para não perder nota”, afirmou a mãe da criança, Lucimere Moreira.
As professoras ligam para as escolas e fazem um questionário sobre as atividades dos pacientes da capital, matéria em dificuldade e enviam um relatório com as tarefas corrigidas. No caso das crianças do interior, os responsáveis levam atestado médico e relatório das aulas.
Professora desde 2009 no hospital infantil, Rizoneide Alencar se dedica diariamente para atender crianças de 4 blocos de internação junto às suas colegas de profissão. “É gratificante cuidar da educação dessas crianças. Esse projeto é tão importante que eu chego a me emocionar quando um pai ou mãe agradecem por fazermos a diferença na vida deles, que estão internados” disse a pedagoga.
A pequena Rutiele Barroso de 5 anos, também está internada há uma semana, vinda do município de Caracaraí para um tratamento de pneumonia. Como gosta da escola, todos os dias vai colorir e desenhar na sala de aula do hospital.
“Minha filha é muito esperta. Gosta muito de estudar. Está sendo muito bom ver que o hospital também cuida da educação de nossos filhos”, disse Willen Barroso, pai de Rutiele e brigadista do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
Com dificuldades em atendimento de emergência em Pacaraima, após uma picada de cobra, Maria Madalena trouxe a filha Andrezza de 10 anos até o hospital infantil. Mesmo em tratamento, a menina continua estudando.
“Em Pacaraima não consegui atendimento para a minha filha. Não tinha remédio. E chegando aqui no hospital em Boa Vista, minha filha está sendo cuidada com todo o carinho. Me sinto aliviada e feliz por ela passar esse tempo de tratamento estudando e fazendo leituras”.
Karina Mota