Parlamentares e autoridades de Roraima participaram nesta quinta-feira, 12, do “1º Simpósio Prevenção é Solução”. Debate e troca de informações sobre cuidados e combate à depressão, suicídio e drogas marcaram o evento que ocorreu no Plenário Deputada Noêmia Bastos.
Durante o encontro, foram apresentados vídeos institucionais produzidos pelas Assembleias Legislativas de Roraima (ALE-RR) e do Amazonas (ALEAM) sobre ações educativas relativas aos temas, a cartilha “Oie, vamos conversar?”, que trata de assuntos voltados à saúde mental, de autoria da deputada Catarina Guerra (União), e houve ainda discursos das autoridades, apresentação de programas sociais e relatos de vida.
O presidente da ALERR, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), parabenizou os idealizadores do evento e falou que se pode combater o suicídio por meio de prevenção e conversa.
“Primeiro, quero parabenizar a deputada Catarina e a Unale [União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais] por tratarem do suicídio em todas as assembleias do Brasil. Nós sabemos do alto índice de pessoas que se matam no país, e não tem alternativa se não for a prevenção, que se faz conversando, dialogando e compreendendo as pessoas, cada um fazendo a sua parte. Às vezes, identificamos parentes e amigos que precisam de um apoio, uma mão amiga e nós, na nossa correria, terminamos ignorando esses sintomas. Então, fica aqui a nossa dica: busque conhecimento para que você possa ajudar essas pessoas”, destacou Sampaio.
A deputada Catarina Guerra, que também é vice-presidente de Assuntos Sociais da Secretaria de Cuidado, Prevenção à Depressão, Suicídio e Drogas da Unale, avaliou como positivos o simpósio e as ações voltadas ao tema.
“Essa troca de experiências, comprovadamente, é muito positiva, por isso, a gente insiste e promove ações relacionadas a esse tipo de evento, para que possa ter essa oportunidade de compartilhar e levar exemplos da ALE-RR para outros estados, como o caso da cartilha ‘Oie, vamos conversar?’, um trabalho realizado por mim desde 2019, que já tomou outras fronteiras. Outras unidades já compartilharam e assim a gente ajudou a salvar muitas vidas”, frisou a deputada.
Relevância
Os deputados estaduais Gabriel Picanço (Republicanos) e Evangelista Siqueira (PT) também participaram do simpósio e se pronunciaram sobre a importância da reunião.
“Esse evento de hoje é de extrema necessidade para as famílias, a Justiça, o governo e para a sociedade. É um momento em que convoco os jovens, principalmente. É um problema nosso e do Estado, então, por isso, nós estamos envolvidos e todas as oportunidades que a gente tem para debater, temos que levar ao conhecimento de todos”, comentou Picanço.
Siqueira apresentou leis em vigor e projetos de lei em tramitação na Casa ligados ao combate e prevenção ao suicídio.
“Julgo de fundamental importância o simpósio, as discussões. O plenário estava cheio de representantes de diversos segmentos, sobretudo, o educacional, que é fundamental. É para esse público que devemos destinar mais atenção. Essa questão do suicídio, da drogadição e depressão, está muito presente no meio acadêmico. Nós identificamos, ao longo do Setembro Amarelo, que jovens de 15 a 29 anos estão sendo afetados por esse mal e nós precisamos discutir o problema”, pontuou.
João Luiz Almeida (Republicanos), deputado do Amazonas e presidente de Assuntos Sociais da Secretaria de Cuidado, Prevenção à Depressão, Suicídio e Drogas, contou que é importante a abordagem desses assuntos dentro das instituições. Ele declarou que usou drogas durante oito anos e que hoje a missão do órgão é curar mais usuários.
“São de suma importância esses temas e nós os abordamos dentro das assembleias, uma vez que já havia muitos problemas antes da pandemia que se agravaram mais ainda nesse período, fazendo com que várias pessoas ficassem fragilizadas. Por experiência própria, com 15 anos de idade, tive o desprazer de conhecer o mundo das drogas na escola. Por falta de orientação, comecei a aceitar, me envolver e isso, durante oito anos, fez com que me tornasse um drama dentro da minha casa, me prejudicando no desenvolvimento educacional, como pessoa, prejudicando minha família. Graças a Deus que a minha saudosa mãe recorreu à fé cristã, que fez com que eu vencesse, fosse liberto e curado definitivamente. Hoje, nós queremos ajudar essas pessoas”, relatou.
Aprendizado
Rafael Anderson Araújo, coordenador do projeto VAI (Vale a Pena Investir), que atualmente acolhe dez ex-dependentes químicos e oferece diversas atividades, contou que levará para casa informações que não tinha e espera que ocorram mais eventos do tipo.
“A gente adquire mais conhecimento e conhece novas pessoas, como parlamentares, empresários, psicólogos que podem nos ajudar. Sofremos por não saber das leis, dos nossos direitos. Agora, com certeza, vou tentar colocar um projeto dentro da igreja. Espero que aconteçam mais simpósios para ajudar a população, crianças, adolescentes e dependentes químicos”, detalhou.
Estiveram presentes, ainda, representantes dos projetos sociais Acolhimento, Casa do Pai, Voluntariado de Valorização à Vida, Centro de Apoio à Vida (CVV) e servidores da Assembleia Legislativa de Roraima.
Suzanne Oliveira