Uma equipe multidisciplinar do Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), ministrou uma palestra sobre violência doméstica e familiar aos alunos da segunda turma do curso de formação da Polícia Militar, nesta segunda-feira, 16, na Academia de Polícia Integrada Coronel Santiago (APICS-RR).
A procuradora Especial da Mulher, deputada Betânia Almeida (PV), compartilhou com os alunos um pouco de sua história acerca da violência que sofreu em um relacionamento abusivo e informou que “rompeu um ciclo”, que já havia ocorrido com outras mulheres de sua família.
“Falar de violência doméstica é importante em todos os momentos da nossa vida, principalmente num estado onde o índice é altíssimo e nos envergonha. Estar aqui, hoje, falando para esses profissionais, é uma honra muito grande. Nos receberam com tanto carinho, e eu acredito que, cada vez que a gente trata de violência doméstica, em um ambiente como esse, onde eles [PMs] vão atuar o tempo inteiro, é de fundamental importância”, frisou a parlamentar.
Segundo Marcilene Melo, psicóloga do Chame, a PM é uma das parceiras do órgão, sendo, inclusive, bastante solicitada quando alguma vítima entra em contato pelo ZapChame. “É louvável essa união. Que bom que a Lei Maria da Penha funciona. Ela só veio para acrescentar ajuda a essa mulher que é vítima de violência doméstica e familiar”, disse.
Ainda conforme Marcilene, existe no Chame um grupo reflexivo chamado “Construir”, voltado para a ressocialização de agressores que se arrependeram de seus atos e querem mudar o comportamento abusivo.
“Ele pode procurar voluntariamente ajuda no núcleo e nós estaremos ali para atendê-lo com palestras, fazendo com que esse homem venha a enxergar o comportamento agressivo dele, como trabalhar isso, de uma forma que ele tenha como sair desse ciclo de violência, como parar e dar um basta. Se estiver disposto e comprometido, pode reconstruir sua família”, explicou a psicóloga.
O Chame faz parte da Procuradoria Especial da Mulher e funciona na avenida Santos Dumont, nº 1470, bairro Aparecida, em Boa Vista, e em Rorainópolis, na BR-174, próximo à rodoviária. As unidades atendem de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, sem intervalo para o almoço.
A população também pode buscar apoio e orientação pelo ZapChame, no número (95) 98402-0502, 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados.
Homicídios em Roraima
De acordo com o último Atlas da Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado ano passado, em 2019, Roraima, proporcionalmente, liderou o ranking de homicídios de mulheres. Foram 12,5 assassinatos por 100 mil habitantes, mesmo tendo apresentado uma queda nas taxas, se comparado a 2018, quando foram registrados 20,5 homicídios.
Suzanne Oliveira