Seminário discute oferta de educação para povos indígenas venezuelanos que residem em Roraima

Objetivo é definir estratégias e ações para garantir a oferta da educação para aproximadamente 1.700 crianças e adolescentes venezuelanos indígenas. – Fotos: Neto Figueredo

Teve início na manhã desta quinta-feira, 19, o ‘I Seminário de Educação Escolar dos Povos Indígenas Originários da Venezuela no Brasil’. O evento acontece no auditório do Colégio Militar Estadual Derly Luiz Vieira Borges, no bairro Canarinho, até esta sexta-feira, dia 20.

O Seminário é uma ação integrada envolvendo o MPF (Ministério Público Federal), Funai (Fundação Nacional do Índio), Governo de Roraima, Seed (Secretaria de Educação e Desporto), Prefeitura de Pacaraima e Prefeitura de Boa Vista.

O objetivo é definir estratégias e ações para garantir a oferta da educação para aproximadamente 1.700 crianças e adolescentes venezuelanos indígenas em idade escolar os quais vivem em abrigos e que, por algum motivo, ainda não estão matriculados nas escolas, seja das redes municipais ou estadual.

“Teremos dois dias de evento para ouvir os povos indígenas e discutir a melhor forma de atendê-los. É um dever nosso corrigir alguma deficiência que ainda possa existir na oferta da educação escolar indígena. O Governador Antonio Denarium tem uma preocupação muito grande com os povos indígenas e a determinação é atender da melhor maneira possível”, destacou Raimundo Nonato Mesquita, secretário de Educação e Desporto.

O procurador do MPF Alisson Marugal falou sobre o desafio de garantir a oferta educacional aos povos indígenas venezuelanos que moram no Brasil e destacou sobre o trabalho que vem sendo feito entre as instituições envolvidas.

“O evento de hoje é resultado de um diálogo que o Ministério Público Federal tem mantido com as secretarias de Educação do Estado, de Boa Vista, de Pacaraima e Funai em busca de oferecer uma educação culturalmente diferenciada, o que é um desafio bem significativo. O Seminário propõe discutir como os indígenas desejam essa educação culturalmente diferenciada a partir da legislação brasileira”, explicou o procurador.

Plano de ação será apresentado durante o Seminário

Na programação, haverá exposições de representantes de instituições como o CIR (Conselho Indígena de Roraima), Instituto Insikiran da UFRR (Universidade Federal de Roraima), Sebrae/RR (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Roraima), Amirr (Associação dos Migrantes Indígenas de Roraima), além de apresentações de professores que atuam nas redes de ensino.

A professora Stela Damas, diretora do Ceforr (Centro Estadual de Formação dos Profissionais de Educação de Roraima), explicou que durante o Seminário será apresentado um Plano de Ação. A garantia da matrícula escolar, o estreitamento do diálogo com as famílias dos estudantes, formação continuada de professores estão entre os temas abordados no documento.

“O plano de ação é fruto de uma ação integrada entre Governo do Estado, prefeituras de Boa Vista e Pacaraima, e Funai, acompanhados pelo Ministério Público Federal que apresenta ações estratégicas para que possamos atender essas crianças e adolescentes não apenas com o acesso, mas também com a permanência deles nas escolas”, explicou Stela Damas.

O ‘I Seminário de Educação Escolar dos Povos Indígenas Originários da Venezuela no Brasil’ conta com a parceria da Operação Acolhida, Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Fraternidade.

Mágida Azulay Khatab

 

 

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