Com mensagem a favor do meio ambiente, espetáculo marca formatura da turma ‘Fernanda Montenegro’

Além da formatura, outro momento marcante foi a entrega dos certificados aos participantes das duas turmas que integram a Oficina de Teatro da prefeitura. – Fotos: Andrezza Mariot

O espetáculo ‘Romeu e Julieta – entre o ouro e a lama’, apresentado nesta última quinta-feira, 20, no Teatro Municipal, marcou a formatura da turma ‘Fernanda Montenegro’, que levou ao palco uma releitura de um clássico de Shakespeare, abordando temas polêmicos, como degradação ambiental e garimpo ilegal.

Além disso, a noite também foi marcada pela entrega dos certificados aos participantes das duas turmas que integraram a 1° Oficina de Teatro, ofertada gratuitamente pela Prefeitura de Boa Vista. Na última semana, a turma ‘Paulo Gustavo’ também apresentou um espetáculo para a conclusão desta etapa da capacitação.

Ambos espetáculos foram coordenados e dirigidos pelo professor Marcelo Perez, que por meio de metodologias de grandes nomes do teatro mundial, como Augusto Boal e Viola Spolin, trabalhou junto aos alunos os chamados ‘jogos de atuação’, envolvendo muita improvisação e contribuindo efetivamente para liberação da energia criativa dos participantes.

A releitura

O tema escolhido pela turma ‘Fernanda Montenegro’ partiu dos próprios alunos, em rodas de conversa. Com diálogos consistentes, dramáticos e em alguns momentos até bem-humorados, o romance proibido entre Romeu e Julieta se passou em uma pequena comunidade, em meio à natureza.

A turma contou a história de duas famílias que viviam na mesma região, porém como rivais. Ambas dependiam principalmente do rio como fonte de renda e subsistência. Porém, a cada dia, se deparam com águas poluídas e peixes mais escassos, atribuindo essa degradação um ao outro.

A rixa aumenta, ainda mais, depois que Julieta e Romeu se apaixonam, deixando suas famílias perplexas e indignadas. Porém, após descobrirem que a degradação do meio ambiente está ocorrendo devido à atividade ilegal de garimpeiros, as famílias se unem para expulsá-los. E como todo final feliz, Romeu e Julieta se casam, mostrando que o amor, tudo vence.

A experiência

Amanda Batista, que interpretou ‘Julieta’ no espetáculo, afirmou que nunca havia feito teatro. Ela destacou as inúmeras contribuições da oficina para a vida pessoal. “O sentimento é de total gratidão, pois foi uma experiência muito interessante e divertida. A gente se torna mais leve no nosso dia a dia e sinto que contribuiu demais principalmente na forma de me expressar, que está bem melhor”, disse.

Honylson Cruz, o ‘Romeu’, contou que no ensino médio teve uma rápida experiência com teatro, porém afirmou que a oficina abriu novos horizontes. “Saio daqui hoje mais inspirado. O teatro me ajudou muito com a minha timidez, principalmente com o público. A prefeitura está de parabéns pela iniciativa”, contou.

Saymon Figueiredo já havia participado de alguns cursos e interpretou um dos chefes de família, roubando a cena com um personagem consistente e de certa forma, caricato. Para ele, uma experiência engrandecedora.

“Foi fantástico! Todo o processo de criação foi muito saudável, pois fomos acompanhados por um bom professor com boas estratégias técnicas, que até então não tinha visto. Quem faz e quem assiste arte passa a se entender e se conhecer melhor”, explicou.

Oficina

A formação dos alunos representa um marco histórico para a cultura do Estado. Cada turma participou de 20 encontros. Foram 30 vagas oferecidas, divididas em dois grupos de 15 pessoas.

Por se tratar de uma oficina de iniciação teatral, a ideia foi promover, com o auxílio de dinâmicas, apresentações no palco em curto espaço de tempo. Agora, as turmas formadas se tornarão uma só, passando para o nível avançado. Novas vagas para iniciantes devem ser abertas em breve.

Marcus Miranda

 

 

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