MPRR realiza ação social na Cadeia Pública Feminina

182 mulheres da Cadeia Feminina passaram por atendimentos e exames de saúde.  – Fotos: Ascom/MPRR

O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) realizou na última semana uma ação social na Cadeia Pública Feminina de Roraima. As atividades fazem parte do projeto “O Ministério Público e a Humanização do Atendimento à Saúde no Sistema Prisional” e contemplaram atendimentos médicos, rodas de conversa, além de análises dos processos das reeducandas do sistema prisional.

A equipe foi formada pelo Promotor de Justiça de Execução Penal, Antonio Carlos Scheffer, pela Promotora de Justiça de Defesa da Mulher, Lucimara Campaner e pelas médicas do MPRR, Mariângela Nazário e Fabiana Zimmermann. A ação finalizou neste sábado, 21 de maio.

De acordo com a médica Mariângela Nazário, as 182 mulheres da Cadeia Feminina passaram por atendimentos e exames de saúde. “Todas as mulheres colheram exames de sangue, avaliamos os resultados, fizemos os encaminhamentos necessários e ministramos as medicações prescritas. A nossa ação não apenas de saúde, é principalmente de acolhimento, às vezes a doença é da alma. Por isso, fizemos uma anamnese completa, porque tudo que elas vivem aqui dentro é importante, se não dormem bem ou passam frio reflete no estado de saúde delas”, ressaltou a médica.

Durante a ação, após pedido da equipe responsável pelas atividades, foram disponibilizados pela Secretaria de Justiça e Cidadania, colchões para as detentas e veículo para transporte das mulheres aos hospitais. Também ficou acordado com o Secretário da SEJUC, André Fernandes, o compromisso de retorno das visitas de filhos menores para a retomada dos vínculos afetivos.

As rodas de conversa foram aplicadas pela Promotora de Justiça Lucimara Campaner e consistiam em dinâmicas de valorização pessoal. “Ações sociais de humanização respaldam o resgate da dignidade das mulheres, além de promover reflexões de vida futura em liberdade guiada pela autonomia pessoal e econômica pra se estabelecerem no meio social com maior autoconfiança, construindo oportunidades de crescimento sem recaídas em situações irregulares”, explicou a Promotora de Justiça.

Flávia Caroline Caetano, de 30 anos, está recolhida na Cadeia Pública Feminina há três anos e afirma que duas colegas de cela foram liberadas durante a ação.

“A vitória de uma é de todas. Nessa semana me senti parte da sociedade. É muito bom ter o resultado de um exame ali na hora, ser diagnosticada, tratada, porque tiveram exames que a gente fez e nunca soube do resultado. Na roda de conversa eu aprendi sobre os direitos da mulher, não é porque somos internas que deixamos de ser mulheres, aprendi também que aqui não é fim, é o começo de uma nova história”, finalizou a reeducanda.

 

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