A Semana Estadual de Educação Financeira, que acontece anualmente nos últimos dias de maio, deve ser dedicada à promoção de atividades de ensino sobre finanças para crianças e adolescentes das escolas públicas de Roraima. É o que determina a Lei nº 1.428/20, de autoria da deputada Catarina Guerra (SD), promulgada pela Assembleia Legislativa (ALERR), que institui o Programa Estadual de Educação Financeira Escolar.
De acordo com a parlamentar, o objetivo é tornar a educação financeira acessível a todos os estudantes, com atividades, conteúdo lúdico e conceitos básicos sobre o tema.
“Comprovadamente, o jovem que teve possibilidade de ter informações sobre educação financeira mais cedo, se tornou mais saudável financeiramente na vida adulta. É com esse intuito que buscamos levar informações aos alunos da rede de ensino”, explicou.
O tema já faz parte da rotina de aprendizado no Colégio Militar Coronel Derly Vieira Borges, no bairro Canarinho. Segundo a tenente do Carmo, instrutora da disciplina de Ensino Cívico-Militar, a iniciativa contribui para diminuir o endividamento brasileiro no futuro.
“Resolvemos introduzir o tema educação financeira e trabalhar com os alunos trazendo coisas simples como poupança, crédito e investimento. Vê-los trocando o cofrinho pela poupança e já procurando conhecimento sobre investimento em títulos de tesouro ou ações da bolsa de valores, é gratificante. É a nossa contribuição para a nova sociedade em busca de diminuir o endividamento brasileiro, que hoje é muito grande”, disse a instrutora.
Para o estudante Cássio Santana, de 15 anos, os ensinamentos o ajudaram a iniciar uma vida financeira mais saudável. Ele afirma ainda que já tem planos para o dinheiro que começou a poupar.
“Vendo as aulas de educação financeira, aprendi a aplicar o meu dinheiro, saber onde eu deveria colocá-lo e poupar, que é uma atitude importante. Planejo investir em novas propostas que estão nascendo, como carteiras digitais que rendem com o tempo ou investimentos mais ativos, como criptomoedas e ações de valor”, afirmou.
A estudante Glenda Naiane Ribeiro, de 15 anos, também segue o exemplo. Com as aulas, ela afirma que agora sabe a que destinar o dinheiro que antes ficava parado no “cofrinho”.
“Na primeira vez que eu tive aula, já ganhava meu dinheiro, porém o guardava no cofre, não tinha o costume de usar a poupança ou algo do tipo. Quando a professora falou sobre isso, eu me interessei, pois eu ganhava quantidades e guardava, porque não sabia muito o que fazer. Então, tive a ideia de colocar em uma poupança”, contou Glenda.
O economista Fábio Martinez explica que jovens sem experiência financeira acabam se endividando quando passam a ter uma renda, por isso, a necessidade de introdução ao tema o mais cedo possível. Uma dica para os pais, segundo ele, é integrar os filhos ao controle financeiro da casa.
“Quanto mais cedo se integrar sobre finanças pessoais e da família, mais experiência vai levar para a vida adulta. Não necessariamente que você tenha que contribuir com as finanças da casa, mas sim, entender quais são as despesas e a renda para ter noção, quando for adulto, dos gastos que precisamos ter”, explicou o economista.
Educação Financeira
Como parte das ações do Programa Estadual de Educação Financeira, nesta segunda-feira, 23, a Escola do Legislativo (Escolegis) inicia o curso a distância sobre gestão pessoal de finanças.
As aulas ficarão disponíveis aos inscritos por 30 dias na plataforma. Além disso, os concluintes terão direito a certificado de 40 horas.
Durante o mês de maio, a ALERR também promoveu palestras com especialistas e lançou uma cartilha digital sobre o tema.
Juliana Dama