O deputado George Melo (DC) voltou a defender a legalização de uma área para atuação dos garimpeiros em Roraima e alertou as autoridades para um possível “derramamento de sangue” entre eles e a Polícia Federal (PF). O discurso ocorreu durante uso da tribuna na sessão plenária desta terça-feira (31), na Assembleia Legislativa (ALE-RR).
Segundo ele, há informação de que em junho haverá uma operação da PF em terras indígenas. O deputado diz ver essa possibilidade com “extrema preocupação”, já que cerca de 40 mil garimpeiros que fazem parte do movimento “Garimpo Livre” podem, como forma de protesto, fechar a BR-174, uma das principais rodovias de Roraima.
“Há perigo de um derramamento de sangue no nosso Estado, com pais de família que nem sequer foram ouvidos. Quantos e quantos anos essa categoria dos garimpeiros vem sendo criminalizada neste país, especificamente aqui? O povo de Roraima já viveu momentos difíceis, quando tiraram as pessoas das áreas de fazendas, quando tiraram os arrozeiros demarcando terras indígenas. Agora, eles estão com a ideia de tirar 40 mil garimpeiros e deixar o povo voltar para a economia do contracheque”, disse.
O parlamentar pediu que a Casa Legislativa promova um debate sobre a situação dos garimpeiros e questionou o motivo de o Governo Federal não demarcar uma área própria para que a classe atue na legalidade.
“Nós não podemos ver o povo ficar isolado diante de uma ‘guerra’ tão séria. Vamos viver uma ‘guerra civil’ em Roraima, porque a economia vai parar de funcionar, a violência vai crescer e a gente vê o Governo Federal sem tomar uma decisão. Por que não se retira uma área para que esses garimpeiros trabalhem? Não tem por que não acontecer isso. Não é crime. É ilegal, mas está na Constituição o trabalho do garimpeiro. Por que não há um debate com relação a isso e fazem o que foi feito com os quilombolas, os indígenas e demarquem suas terras?”, questionou Melo.
Ao final do discurso, o deputado chamou a atenção das autoridades nacionais afirmando que, caso haja a suposta operação, não terá dúvidas de que haverá um “derramamento de sangue e a culpa será das autoridades que nada fizeram para resolver o problema da categoria”, frisou.
Suzanne Oliveira