A Escolegis (Escola do Legislativo) da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) comemora 19 anos de atuação nesta sexta-feira, 24. Há quase duas décadas, a instituição transforma a vida de milhares de pessoas, por meio de cursos gratuitos profissionalizantes e aulas preparatórias para vestibulares e concursos públicos.
Criada inicialmente para capacitar os servidores da ALERR, a Escolegis tomou proporções maiores e se estendeu para a população roraimense e, também, de outros estados.
“A Escolegis veio para ficar. Ela tem mudado a vida de muitos, em especial, nossos jovens da capital e interior. Nos superamos durante o período da pandemia. Não paramos, continuamos certificando e qualificando os trabalhadores. Quero reafirmar a continuidade do trabalho da escola e parabenizá-la por mais uma data e mais um ano de realizações”, ressaltou o presidente da Casa Legislativa, Soldado Sampaio (Republicanos).
Desde que iniciou na modalidade EaD (Ensino a Distância), em abril de 2020, foram feitas 47.162 matrículas em todo o Brasil e mais de 212 mil vagas preenchidas em diversos cursos, pois cada aluno pode se inscrever em até três deles. Desse total, 50.746 certificados já foram entregues.
Para a presidente da Escolegis, deputada Catarina Guerra (União), inclusão, capacitação e qualidade são as principais demandas dos alunos que buscam a unidade.
“Instituímos, nessa nova gestão, um diálogo mais direto com eles, perguntando primeiro quais cursos gostariam de receber, para que assim pudéssemos nos planejar, organizar e ofertar um material com qualidade e profissionais capacitados para fazer a diferença. Acho que isso tem sido o sucesso de ter alcançado tantos inscritos”, informou a parlamentar.
Antes da pandemia, as aulas ocorriam apenas de forma presencial. Porém, passou a funcionar online para que os alunos não ficassem desassistidos.
“Essa modalidade foi um grande avanço na forma de educação, porque não ficou apenas no espaço físico, mas também deu oportunidade para pessoas dos municípios de Roraima e fora do Estado participarem dos cursos da escola”, destacou o diretor, Brenno Carvalho.
Mudança de vida
A recepcionista Vitória Moura, de 26 anos, foi uma das alunas que viu sua vida mudar após fazer seus primeiros cursos, o de espanhol e informática básica, com apenas 14 anos de idade.
“Naquele momento, eu descobri a minha verdadeira paixão e vocação que é lecionar o idioma espanhol. Finalizei o curso, conheci pessoas maravilhosas e a professora também. A Escolegis abriu para mim a porta do conhecimento. Sem ele, a gente não é nada. A instituição me deu a oportunidade de conhecer e fazer coisas novas e vivenciar experiências que jamais vou esquecer”, relembrou a jovem.
Vitória contou ainda que, em 2016, fez novamente o mesmo curso na Escolegis e que, no ano seguinte, ele a ajudou a passar no vestibular do Instituto Federal de Roraima (IFRR), onde está concluindo espanhol.
“Fiz a prova, me lembrei de todos os macetes que a professora passou. Quando saiu o resultado, eu vi meu nome em primeiro lugar. Fechei espanhol, redação e português. E pensei, ‘vou realizar o sonho da minha vida’. Eu sempre quis ser professora e do idioma pelo qual eu me apaixonei”, disse.
Vitória conheceu a escola por um panfleto que recebeu há mais de dez anos. De lá para cá, foram seis cursos para incrementar o currículo.
“Para mim, não tem coisa mais rica do que um currículo cheio de cursos, e a Escolegis dá essa oportunidade para a gente e gratuitamente. Na época, eu não tinha condições de pagar um curso particular. Então, ela veio e abriu essa porta para que eu desse continuidade à minha paixão que é lecionar”, concluiu a estudante.
Plataforma digital
A forma remota possibilitou ainda a inscrição de interessados de outras regiões do Brasil. Atualmente, a plataforma recebe 1.853 estudantes de 24 estados, sendo que a maioria deles se concentra na Região Norte, com 625 alunos. Em seguida, aparecem o Nordeste, com 542 inscritos, o Sudeste, com 358 e Centro-Oeste e Sul, com 168 e 160 estudantes, respectivamente.
Entre os inscritos, as mulheres são as que dominam a Escolegis. Do total de alunos, elas representam 68,8%. Os homens, 30,9%. Apenas 0,3% preferiu não se identificar. As faixas etárias também variam, a partir dos 16 anos de idade até mais de 60.
Os smartphones têm sido os grandes aliados na hora de assistir às videoaulas. Grande parte dos alunos, ou seja, 60,2%, declarou que usam os celulares para reproduzir os conteúdos e 21,3% acompanham pelo computador.
Suzanne Oliveira