“Os preços das passagens levam em conta diversos fatores variáveis, como aumento do petróleo, que é a principal matéria-prima do querosene de aviação, o que impacta diretamente os valores. Também tem os destinos e as épocas do ano. O consumidor deve se programar com antecedência, verificar o valor dos bilhetes e ver qual empresa atende suas necessidades”. É o que aconselha a diretora do Procon Assembleia, Mileide Sobral.
Em um ano, as passagens aéreas no Brasil aumentaram 123%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no fim do primeiro semestre, cuja variação mensal foi de 11,36%, sendo o subitem dentro da categoria de transportes que teve a principal alta entre maio e junho de 2022.
De acordo com Mileide Sobral, o serviço de aviação foi um dos mais afetados durante a pandemia. Ainda assim, ela explicou que não há como julgar abusivos determinados valores, devido à política de “livre precificação” das empresas, pois os fatores que levam aos preços altos variam constantemente.
“A depender de quando ele [consumidor] vai viajar, deve ser organizado antes, até mesmo porque a passagem comprada de última hora costuma ser mais cara. Então, deve-se pesquisar o preço, o que ajuda a não só ter um serviço de qualidade, como também aliar isso a um valor mais adequado. Porém, caso julgue que alguns valores estão bem acima de outros praticados no mercado, ele pode entrar em contato com o Procon e formalizar uma denúncia”, concluiu.
A estudante Grayce Maia sentiu no bolso esse aumento de um ano para cá. Ela é de Boa Vista, mas, atualmente, mora em Curitiba. Grayce e o noivo vieram passar férias na cidade. Eles contam que se assustaram com o preço das passagens.
“Quando eu fui pesquisar, vi os preços muito altos, em torno de R$ 2 mil ida e volta. Então, gastamos cerca de R$ 6 mil com nossas passagens e de mais dois pets. Esses valores, comparados com os de outras vezes que viemos a Boa Vista, triplicaram. Já chegamos a vir em cima da hora. Foram caras, mas nem se comparam com as de agora”, disse.
No momento, o casal faz pesquisas para comprar os bilhetes de retorno para Curitiba. “Estamos olhando tanto em sites oficiais como nos de milhagens, mas, mesmo comprando por milhas ou pontos, ainda estão caros. Então, acredito que está valendo a pena investir em pontos por meio do cartão de crédito e, mesmo assim, a gente ainda gasta muito para ir ao Norte e Nordeste do Brasil”, frisou a estudante.
O Procon Assembleia atende presencialmente no prédio da Superintendência de Programas Especiais, na avenida Ataíde Teive, 3510, bairro Buritis, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. O órgão também possui outros canais de formalização de denúncia como o WhatsApp, no número (95) 98401-9465, e o site al.rr.leg.br/procon/.
Suzanne Oliveira
