Quem vê o prato colorido e saboroso dos alunos da rede municipal de Boa Vista não imagina o trabalho por trás de tudo isso. São das lavouras da região que parte dos alimentos consumidos nas escolas são produzidos, cultivados e encaminhados para as cooperativas, até chegar à mesa dos refeitórios escolares. O resultado é uma alimentação balanceada e nutritiva, que enche os olhos dos alunos nas 126 escolas municipais.
Por mês, são consumidos, aproximadamente, 114 mil kg de alimentos da agricultura familiar nas escolas. São toneladas de frutas, verduras, legumes e hortaliças. A batata-doce, por exemplo, além de chegar à mesa dos alunos in natura, também vem processada em farinha, uma fabricação exclusiva dos agricultores da vicinal 2 do PA Nova Amazônia I.
O produtor rural, Adir Pereira, 50 anos, é um dos que atuam no Polo da Batata Doce. Para ele, ver os alunos saboreando o fruto do seu trabalho é uma honra.
“A farinha foi um grande incentivo da prefeitura. E hoje, assim como a batata, fazem parte da merenda escolar. Essa parceria, através do Plano Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio (PMDA), é um estímulo para nós, produtores. Temos outras culturas, como a de milho, em áreas coletivas e individuais. Há quem plante feijão e melancia. Cada agricultor trabalha com seu dom e com incentivos”, disse.
Cardápio especial nas escolas
Baseado na legislação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a alimentação escolar é elaborada por uma equipe técnica de nutrição da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC). É levado em consideração o valor nutricional, a faixa etária dos alunos, a modalidade de ensino e questões culturais, como é o caso das escolas indígenas.
“Priorizamos sempre os alimentos mais naturais possíveis, oferecendo uma refeição saudável, saborosa e variada, considerando os hábitos alimentares dos alunos. Dessa forma, a aquisição de mais de 30 itens de hortifrútis pela agricultura familiar contribui e muito para que possamos oferecer essa alimentação saudável aos alunos, além de fomentar economia nas áreas de produção, tanto de Boa Vista, quanto de outras regiões do estado”, disse o prefeito Arthur Henrique.
Balanço
De janeiro a maio de 2022, a prefeitura entregou mais de 872 mil kg de alimentos para as escolas da rede municipal. Lembrando que, 100% do recurso do PNAE, é destinado para aquisição de alimentos por meio da agricultura familiar, e ainda são investidos 14% de recursos próprios do município. Por meio das cooperativas, são fornecidas uma variedade de hortifrútis, polpas de fruta, goma de tapioca, farinha de batata-doce, e muito mais.
Assistência da prefeitura fomenta a produção e gera renda aos agricultores do município
A maioria dos agricultores de Boa Vista que fornecem alimentos para as escolas municipais, por meio das cooperativas, são assistidos pela Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAI). Através do Plano Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio (PMDA), a prefeitura fomenta a produção com insumos, máquinas, implementos e assistência técnica, de modo que possam obter uma boa produtividade, gerando renda e fazendo com que o negócio do campo seja ainda mais atrativo e lucrativo.
“Eles são assistidos desde o preparo do solo, o plantio, a colheita até a comercialização dos produtos, tanto por meio do PNAE, do PAA (Hoje Programa Alimenta Brasil), para a rede de supermercados, feiras, até chegar ao consumidor final. Existe hoje um limite, onde cada agricultor pode fornecer até 40 mil reais por ano para a merenda escolar”, declarou Guilherme Adjuto, secretário da SMAI.
PMDA
Lançado em 2018, o programa oferece às famílias diversos benefícios e facilidades diante da alta no preço de insumos. Com ele, pequenos produtores têm a possibilidade de obter 50% de desconto na compra de insumos até a data de vencimento, levando em consideração que no mercado privado o pagamento teria que ser à vista.
AgroBV 2022: Durante a Feira da Agricultura Familiar de Boa Vista, dezenas de agricultores do município vão aproveitar o espaço para expor e comercializar seus produtos, além de participar de palestras técnicas. O evento vai acontecer entre os dias 23 e 24 de julho, no Campo Experimental, localizado no Centro de Difusão Tecnológica (CDT) na região do Bom Intento, a cerca de 5 km da capital.
Ceiça Chaves
