Pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e profissionais do Centro de Apoio à Família da Assembleia Legislativa (ALERR), em parceria com o Instituto de Educação de Roraima (IERR), iniciaram na noite desta segunda-feira, 8, no Plenário Valério Caldas de Magalhães, o curso de Assistente Terapêutico ABA (Análise do Comportamento Aplicada).
No total, 55 pessoas, sendo 40 familiares de crianças com TEA e 15 servidores, estão participando da capacitação, que terá nove encontros, sempre às segundas-feiras, das 18h30 às 21h30.
O diretor do Centro de Apoio, Ednaldo Coelho, disse que a técnica ABA é uma ciência que pode ser aplicada em pessoas com ou sem autismo, pois é voltada para o comportamento humano. O curso, conforme detalhou, é uma continuação da capacitação dada anteriormente para lidar com crianças autistas de até seis anos de idade.
“Nesta segunda-feira, os pais receberão o conhecimento e durante a semana os familiares dos autistas poderão aplicar na prática. Os próximos encontros vão iniciar com os relatos dos familiares de como foram as experiências a partir da aplicação das técnicas que serão ensinadas”, explicou Coelho.
Segundo o coordenador, a capacitação será muito importante para os pais porque vai suprir uma demanda reprimida que existe no Estado devido à falta de profissionais e clínicas para atender pessoas com TEA.
“As clínicas em Roraima não estão dando conta da demanda. Além disso, existe um público que não está fazendo terapia para autistas porque não tem plano de saúde ou porque está na fila de espera de algum órgão. O curso dará aos pais e cuidadores a oportunidade para que cuidem em casa do autista, seja durante o banho, na hora de dormir, durante as refeições”, ressaltou.
Ana Paula Aporta, especialista em educação especial e supervisora em Análise do Comportamento Aplicada, destacou que o curso é introdutório à ABA. “É uma formação inicial, o primeiro passinho para quem quer ser aplicador técnico em ABA, uma ciência em que a gente pesquisa as estratégias para ensinarmos habilidades novas para crianças com Transtorno do Espectro Autista”, afirmou.
Valéria Marques se tornou assistente terapeuta após descobrir que o filho dela é autista. “Eu era dona de casa, mas, como ele era diferente, fui investigar e o diagnóstico foi autismo e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade [TDAH]. A capacitação que fiz foi maravilhosa porque aprendi a lidar com a dificuldade que eu tinha. A dificuldade do meu filho me trouxe para o mercado de trabalho. Hoje posso ajudá-lo e a outras famílias”, contou.
O Centro de Apoio à Família funciona durante horário comercial, de segunda a sexta-feira, na Rua da Jaqueira, nº 623, bairro Caçari. No local, são feitos atendimentos e encaminhamentos de crianças e adolescentes com sinais de TEA, além de capacitação de familiares e profissionais da saúde.
Marilena Freitas