A Seed (Secretaria de Educação e Desporto) por meio do Ceforr (Centro de Formação dos profissionais da Educação de Roraima), realizou na manhã desta quarta-feira, 31, a formatura de 24 alunos do curso de magistério indígena Tamî’kan, investindo na formação inicial dos profissionais deste setor educacional.
O curso qualificou professores das etnias macuxi, ingarikó, wai-wai e wapichana, que vão atuar na região das serras de Roraima.
O Tamî’kan tem por objetivo habilitar professores indígenas para atuar nos anos iniciais do ensino fundamental, selecionando e indicando profissionais conforme a organização das lideranças de cada comunidade.
O curso teve início em 2017 com duração de quatro anos, com carga horária de 3.685 horas. As aulas foram ministradas por professores formadores indígenas e não indígenas.
“Devido à pandemia fizemos algumas adequações e adiamos o término do curso, mas com investimentos fortes no setor. Um exemplo é o concurso público diferenciado, que reflete no compromisso do Governo de Roraima com a educação indígena”, disse o secretário-adjunto da educação básica, Semaias Alexandre.
“A carreira dos professores indígenas inicia com o magistério, essencial inclusive para concorrer em concurso público. São mais 24 professores nas comunidades, indígenas com representatividade em Boa Vista e no interior”, completou.
Concurso específico
Até o momento, já foram empossados 529 professores do concurso público específico e diferenciado para professor indígena do Governo de Roraima. Os novos docentes chegam para fortalecer o trabalho de valorização do ensino nas comunidades do Estado.
Sete povos
A palavra tamî’kan, na língua indígena macuxi, significa “sete estrelas”. Para o curso ofertado no Ceforr, surgiu a partir da existência dos sete povos que seriam contemplados com o ensino indígena, retratando a união dos povos do Estado de Roraima envolvidos no processo de sistematização do conhecimento.
O curso surgiu dos anseios de comunidades para atender necessidades do campo educacional organizada coletivamente pelos movimentos e lideranças indígenas, organizações governamentais e não governamentais.
Layse Menezes