O Governo de Roraima alerta para que os pais ou responsáveis de crianças menores de cinco anos busquem imunizá-las contra a poliomielite. A preocupação com a reintrodução da doença no Brasil é alta, principalmente levando em consideração a queda da cobertura vacinal nos últimos anos. A vacinação é de responsabilidade das prefeituras dos 15 municípios do Estado.
A gerente estadual do NCPFIT (Núcleo de Controle da Pólio, Paralisia Flácida, Influenza e Tétano) da Sesau (Secretaria de Saúde), Larissa Costa, explica que a poliomielite ainda persiste em alguns países, de forma que não foi eliminada totalmente. “O risco da reintrodução do vírus no Brasil tem sido de muita preocupação neste momento. Há relatos não oficiais de casos na Venezuela, o que aumenta essa preocupação”, destacou.
Até o último dia 29 de agosto, o Estado havia contabilizado a aplicação de 3.194 doses de imunizantes durante a campanha de vacinação contra a Pólio e Multivacinação, de responsabilidade dos municípios.
No entanto, o quantitativo equivale a apenas 6,41% do total de 63.565 crianças que precisam ser imunizadas contra a doença, um número muito abaixo da cobertura de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde.
“Não é competência do Estado executar os serviços de vacinação, mas sim os municípios. Logo, temos acompanhado o desempenho dos municípios, que por lei têm de fazer este trabalho. Nós monitoramos os dados inseridos no sistema, dando orientações e sugerindo estratégias no intuito de elevar tais coberturas, além de tirar as dúvidas dos coordenadores municipais referentes à vacinação ou à inserção das doses no sistema digital”, completou Costa.
Além da Sesau, a adesão da população à campanha de vacinação tem sido acompanhada de perto pela OPAS (Organização Panamericana de Saúde). A gerente do NCPFIT ressalta que a única forma segura e eficaz de manter as crianças livres da doença é por meio da vacinação.
“Os municípios precisam adotar novas estratégias a fim de alcançar o público-alvo, como vacinação em feiras, praças, igrejas, shopping, ou seja, em lugares onde há aglomeração de pessoas. É necessário que intensifiquem as estratégias que já existem, busquem parcerias com universidades ou escolas técnicas com o intuito de aumentar a mão de obra [de técnicos de enfermagem] para uma cobertura mais efetiva das áreas onde são ofertados os serviços de vacinação”, completou.
Vacinar é prevenir
Vale ressaltar que a campanha de combate a Poliomielite e Multivacinação encerra no dia 9 de setembro, e que até o momento não há nenhuma sinalização do Ministério da Saúde sobre uma possível prorrogação.
Por esse motivo, é importante que a população não deixe de procurar pela vacina, que está disponível em qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde).
“Sabemos que a comunicação é primordial para se alcançar o resultado esperado. Por isso, todos os meios possíveis de comunicação devem ser utilizados para alertar a população sobre o alto risco de reintrodução da pólio no País e informar os lugares onde estão sendo disponibilizados esses serviços de vacinação”, finalizou Larissa.
Minervaldo Lopes