Aluno surdo exerce papel de liderança em colégio militarizado

Maurício José Salazar Guarena, do 7º ano, conquistou o mérito após aprender os comandos e sinalizar para a turma as tarefas diárias. – Fotos: Secom-RR

A inclusão social é um dos caminhos mais eficazes para oportunizar transformação e conquistas em várias áreas da sociedade, e na área da educação não é diferente. Em Roraima, escolas públicas da rede estadual de ensino adotam a educação inclusiva como ferramenta primordial para o processo de aprendizagem dos alunos. Graças a essa metodologia, um aluno com deficiência auditiva do CEM IX (Colégio Estadual Militarizado) Pedro Elias Albuquerque Pereira pôde vivenciar a experiência de ser xerife de sala.

O cargo de liderança é assumido por alunos que se destacam nas atividades escolares, e o estudante Maurício José Salazar Guarena, do 7º ano, conquistou o mérito após aprender os comandos e sinalizar para a turma as tarefas diárias durante as atividades.

De acordo com a coordenadora pedagógica da escola, Gisele Sodré, o xerifado é exercido por todos os estudantes para que adquiram atitudes de liderança e autoconfiança. Ela explica que essa é uma conquista não só do estudante, mas da escola que propicia um ambiente saudável, justo e inclusivo.

“Sempre tivemos a proposta de reforçar a inclusão na escola e com a chegada do Maurício essa ideia ficou mais forte, principalmente depois da chegada da tradutora de Libras que o acompanha em todas as aulas fazendo a tradução e ajudando na explicação para que ele possa realizar as tarefas e socializar em sala de aula”, disse.

Gisele ressalta que o estudante se destaca muito, é assíduo e participativo, sendo inclusive o primeiro aluno a receber o alamar por ter notas superiores ou iguais a 80 e ter passado em todas as disciplinas sem precisar fazer recuperação.

Durante uma semana, o aluno foi colocado para comandar a turma e superou as expectativas.

“Ele é aluno do colégio desde 2021 e apesar da deficiência auditiva é um aluno que lê e escreve e conquistou ainda mais autonomia e interação com a turma depois que passou a contar com o auxílio da intérprete de libras”, complementou.

Outros alunos PCD também são destaque na escola

O colégio possui 28 alunos que são pessoas com deficiência (PCD), e a coordenação busca garantir o envolvimento de todos nas atividades educacionais.

A coordenadora salienta que a escola marcou presença na primeira fase da 17ª OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas) e graças ao esforço, a escola será representada na segunda fase, prevista para esse mês, com a participação do aluno Arthur Gama Carvalho 9º ano.

“Tivemos a alegria de ter um aluno autista que se destacou nessa competição e esse foi um dos momentos mais importantes para a nossa escola, pois é o reconhecimento do trabalho que temos realizado em prol da inclusão social entre os nossos alunos”, enfatizou.

Lidiane Oliveira

 

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