Febre aftosa: Aderr inicia Agulha Oficial em comunidades indígenas na próxima segunda-feira

Com aproximadamente 50 mil animais, o rebanho das comunidades indígenas tem crescido ao longo dos anos. – Fotos: Ascom/Aderr

O Governo de Roraima inicia, na próxima segunda-feira, 10, a Agulha Oficial, vacinação contra febre aftosa dos rebanhos das comunidades indígenas, com o deslocamento das equipes da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), em parceria com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O trabalho será feito nos municípios de Pacaraima, Uiramutã e Normandia, na região das terras indígenas Raposa/Serra do Sol e São Marcos.

A meta é vacinar 50 mil cabeças distribuídas em 450 rebanhos nas comunidades indígenas. Entre 10 a 23 de outubro, seis equipes irão trabalhar em uma ação conjunta entre Aderr, Mapa e Funai (Fundação Nacional do Índio).

O presidente da Aderr, Marcelo Parisi, lembrou que na última campanha, foram vacinados 48.364 animais. A tendência é o aumento da imunização, já que o rebanho das comunidades tem aumentado. Ele também destacou a participação importante dos indígenas na Agulha Oficial.

“Vale ressaltar a colaboração valiosa dos indígenas, que a cada campanha têm participado efetivamente, prendendo os animais, consertando os currais, dando o suporte para os raposeiros e nos recebendo com muita cordialidade. Hoje eles têm muita consciência da importância da vacinação na proteção dos rebanhos.”

Segundo a Coordenadora Agropecuária Região Norte, Ingryd Mota, que atua como supervisora durante a Agulha Oficial, serão 45 dias de trabalho nas comunidades.

“Em um primeiro momento a gente faz [a Agulha Oficial] na região de São Marcos, em Pacaraima, avançando na segunda quinzena para o Uiramutã, e finalizamos a vacinação no município de Normandia”, ressaltou Ingryd.

Pecuária indígena

De acordo com historiadores, quando os indígenas trabalhavam nas fazendas locais na década de 1970, eles aprenderam o manejo com os bovinos, o que ajudou a criar uma cultura entre eles de ter seus próprios animais. Com a saída dos fazendeiros, eles assumiram os pastos e começaram a investir na pecuária, que é feita de forma comunitária.

Com aproximadamente 50 mil animais, o rebanho das comunidades indígenas tem crescido ao longo dos anos e a tendência é aumentar, pois eles estão cada vez mais se aperfeiçoando e melhorando técnicas, genética, estrutura física e compreendendo o valor da pecuária para a própria economia.

“A Agulha Oficial, que neste ano completa 12 anos de trabalho, é uma ação importante para a imunização dos rebanhos nas comunidades indígenas. É um serviço feito pelo Mapa, Funai e Governo de Roraima, por meio da Aderr, que ajuda a manter a sanidade dos rebanhos na região de fronteira, além de garantir nosso status de área livre de febre aftosa com vacinação”, enfatizou o governador Antonio Denarium.

Obstáculos

O presidente da Aderr, Marcelo Parisi, lembrou das dificuldades que foram enfrentadas pelos vacinadores da Agulha Oficial para cumprir com a cobertura vacinal projetada nas campanhas.

“Foram muitos obstáculos nesses 12 anos, mas, apesar dos obstáculos, sempre houve êxito nas ações. Hoje, existem rotas georreferenciadas, comunicação por internet, participação massiva dos indígenas, melhorias nas estruturas físicas, dentre outros benefícios que facilitam os trabalhos dos vacinadores”, disse.

Elias Venâncio

 

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