Agricultura familiar: Colheita do feijão Caupi se inicia em 13 comunidades indígenas de Boa Vista

O feijão é colhido para venda nas feiras da capital e alimentação das famílias dentro das comunidades. – Fotos: Katarine Almeida

A Comunidade Indígena Campo Alegre, localizada na região do baixo São Marcos foi uma das primeiras de Boa Vista que fizeram o plantio de feijão caupi há dois meses, com apoio da prefeitura. E nesta terça-feira, 11, deu-se início a colheita, um trabalho que também vai acontecer nas outras 12 comunidades beneficiadas com o plantio.

Durante todo o ano, todas as comunidades que solicitam apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI), são atendidas com máquinas e implementos para preparo do solo e plantio além dos insumos e sementes para culturas como feijão, milho e melancia, dentre outras.

“Com o início do verão, fizemos o plantio do feijão, que tem o ciclo de 60 dias, além de ser uma cultura que não precisa de muita água para se desenvolver. O trabalho da secretaria é acompanhar desde o preparo de solo, plantio e adubações de cobertura, fornecendo assistência técnica para a obtenção de bons resultados no momento da colheita”, disse Ariosto Aparecido, Técnico em Agropecuária da SMAAI.

O tuxaua José Leal afirma que há 15 famílias envolvidas no plantio e colheita da comunidade. “Na cultura do feijão fazemos a colheita de forma manual. Esses três hectares vão resultar em média 110 sacos de feijão verde ainda na vargem. Tudo o que fazemos, é pensando no desenvolvimento da coletividade”, disse o tuxaua.

O trabalho contou esse ano com apoio de alunos da Escola Estadual Lino Augusto da Silva. O estudante Gomes Tobe, 14, da Comunidade Ilha, é um dos que se propôs a contribuir, principalmente porque os produtos serão vendidos e o dinheiro revertido a sua formatura do ensino fundamental.

“Mesmo eu não sendo da comunidade Campo Alegre, o tuxaua está ajudando os formandos com essa colheita. Tudo o que colhermos podemos vender na feira e comprar nossas roupas. Eu quero seguir trabalhando com a agricultura, assim como os meus pais”, disse o estudante.

A Lane Albuquerque, também é uma das agricultoras que acreditam nas melhorias de vida com a agricultura familiar. “Eu vi a secretaria de agricultura plantar. Agora é nossa vez de colher e fazer nossa renda extra que tanto vai ajudar toda nossa comunidade. Estou muito feliz em estar aqui com o meu filho, mostrando nosso trabalho e o apoio que temos de todos”, disse Lane.

Karina Mota

 

 

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