Ao longo de quase quatro anos, o Governo de Roraima, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde), vem realizando uma série de investimentos para acolher melhor mães e recém-nascidos que recorrem aos serviços da rede pública estadual de saúde.
Dos 756 nascimentos registrados entre 1º de janeiro a 31 de outubro, 375 precisaram ser direcionados para a UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) em razão da prematuridade, segundo dados do SAME (Serviço de Arquivo Médico e Estatística) do HMI (Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth).
Além da estrutura da Maternidade, as mães também podem contar com o serviço de Follow-Up do CRSM (Centro de Referência de Saúde da Mulher Maria Luiza Perin Castro), outra referência no tipo de atendimento específico.
Por lá, são realizadas atividades de terapia para bebês referenciados pela UTIN da Maternidade após a alta. Cerca de 350 crianças são assistidas mensalmente na unidade.
Representante de uma ONG (organização não governamental) voltada para a sensibilização do tema, a servidora pública Janyne Matos, 36, sabe muito bem como lidar com os riscos da prematuridade. Suas três gestações acabaram interrompidas em decorrência da diabete gestacional, como uma de suas filhas vindo a óbito com 36 semanas.
“Você acha que vai ganhar o bebê no tempo normal e ter uma amamentação boa, mas quando o bebê é muito prematuro, ele vai para a UTI e você tem que vê-lo sendo alimentado pela sonda. É uma luta diária para receber alta, e todo peso que ele ganha fazemos é uma vitória. É difícil ser mãe de prematuro, mas com muita luta, muita dedicação, vamos acompanhando toda a evolução”, afirmou.
Janyne explicou ainda que não tinha o conhecimento que tem hoje sobre a prematuridade em sua primeira gestação, e que, após a perda do primeiro bebê, passou a estudar mais sobre o assunto.
“A conscientização da prematuridade tem que vir desde a gestação. São políticas públicas trabalhadas no pré-natal, e quando você é preparada para esse assunto, é tudo diferente. Quando você é informada sobre a prematuridade, se sente mais segura em sair com o seu bebê da UTI”, pontuou.
A bebê Emanuelly Matos, hoje com 1 ano e 9 meses, foi encaminhada para dar continuidade ao tratamento no Follow-Up assim que recebeu alta da maternidade. O objetivo desse acompanhamento é garantir que a criança cresça sem sequelas graves.
“A evolução dela tem sido é mensal, a fisioterapeuta pediu para voltarmos a cada 15 dias com orientações, e tem o dentista, neurologista e a pediatria todo mês para acompanhar todo o a evolução dela”, contou a professora.
Programação
As programações alusivas ao Novembro Roxo seguem até o fim deste mês em Roraima. As atividades propostas incluem palestras, confraternizações e capacitações para os agentes que atuam nas unidades de saúde do Estado.
Na Maternidade:
17/11 – Café da manhã para as mães da UNCINCa e Chá da Tarde para as mães da casa da gestante, às 10h e 15h.
22/11 – Treinamento sobre infecção primária da corrente sanguínea, 9h e 15h.
23/11 – Blitz Educativa na Ala das Rosas, às 15h.
24 e 25/11 – Curso de Sensibilização do Método Canguru, de 8h às 18h.
28/11 – Curso de admissão do recém-nascido em unidade Neonatal, às 9h e 15h.
29 e 30/11 – Curso de manejo clínico em aleitamento materno, de 8h às 18h.
Centro de Referência em Saúde da Mulher:
17/11 – Shantala e Ofurô terapia com as crianças assistidas do Follow-Up, de 8h às 12h.
Suyanne Sá
