Jiu-jitsu: Alunos do Centro de Convivência da Juventude são graduados e trocam de faixa

Eles recebem ensinamentos que vão além das técnicas da arte marcial; são orientações que moldam o caráter. – Fotos: Marley Lima

O trabalho realizado pelo Centro de Convivência da Juventude da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) tem apresentado bons frutos. Na noite desta sexta-feira, 18, outros 78 alunos de jiu-jitsu da instituição foram graduados e certificados. Dois deles trocaram de faixa e passaram para amarela e cinza. Na segunda-feira, 14, 27 se graduaram em Mucajaí.

Conforme explicou o professor Ricardo Guimarães, que é faixa preta de quarto grau e pratica o esporte há 30 anos, o jiu-jitsu não se resume apenas a uma luta ou à defesa pessoal.

“Engloba muitas coisas, como ser um bom filho, bom aluno e um bom atleta. O caráter é muito mais importante do que a luta porque, quando se forma um homem, uma mulher de caráter, ser campeão é consequência disso. Pode até não ser vencedor no esporte, mas será na vida, no trabalho, em qualquer lugar, porque é uma luta diária, e eles têm que aprender a exaltar essa vida”, detalhou.

Os alunos do professor Ricardo demoram a trocar de faixa porque ele faz questão de uma análise rigorosa do comportamento deles fora da academia. “Eles estão comigo há quase um ano e agora que vão pegar dois graus na faixa branca. Sempre digo aos pais que seu filho é o melhor amigo, então, se ele cair, ajude a se levantar, incentive, para que dê o melhor de si”, recomendou.

O atleta Aécio Maciel de Freitas, 11 anos, estava na expectativa pela troca de faixa. A alegria da noite de graduação significa dez meses treinando, três vezes por semana. “O esporte para mim é uma inspiração, um sonho. Se não fosse, eu não estaria aqui hoje. Foi muita dedicação e é uma grande satisfação estar com o professor Ricardo, que me ensina o melhor nos dias de treino. O jiu-jitsu é muito importante porque, além de desenvolver a mente, a gente aprende como se defender”, disse.

O maior incentivador de Aécio foi o tio dele. E fazer parte da família do Centro de Convivência, segundo o atleta, é um incentivo à parte. “Agradeço muito ao meu tio porque se não fosse ele eu não estaria aqui e no nível em que estou hoje. Temos um professor muito bom que nos faz crescer, subir grau, trocar de faixa, e ainda recebemos o quimono”, acrescentou.

A mãe de Aécio, Rejane Maciel Mourão, disse que o filho só lhe dá alegria. “Eu não tenho do que reclamar com relação ao comportamento dele. E seu desenvolvimento por meio do Centro de Convivência tem sido muito importante. Fora a disciplina nas aulas, tem boa educação em casa, ajuda nas tarefas domésticas, é um bom irmão e bom aluno na escola”, contou.

Ainda de acordo com Rejane, “o programa é maravilhoso porque favorece o bem-estar da criança”. “E há ainda o carinho dos professores, que passam muitos ensinamentos. Tenho somente a agradecer por esse projeto”, acrescentou.

A atleta Oriana Sanchez, 13 anos, estava ansiosa pelo início da solenidade. Ela recebeu o primeiro grau na faixa branca, depois de três meses de treino.

“O meu coração está quase saindo pela boca, mas a minha expectativa é muito boa porque é bom se graduar. Nas aulas, eu aprendo sobre valores, respeito e amizade. Todo mundo aqui tem sido muito legal desde o primeiro dia em que cheguei. Além de jiu-jitsu, tenho aulas de futebol”, contou.

A diretora do Centro de Convivência da Juventude, Beatriz Vasconcelos, disse que ver a casa cheia de alunos sendo graduados e certificados, e a alegria dos pais acompanhando os filhos, dá uma sensação de dever cumprido.

“É maravilhoso, uma grande satisfação ver nossos objetivos sendo atingidos, fruto de um trabalho planejado e orientação da coordenação pedagógica do Centro de Convivência da Juventude, com o apoio da Superintendência de Programas Especiais”, ressaltou Beatriz.

Recesso

As aulas se encerram no dia 15 de dezembro, quando o Centro de Convivência entra em recesso. “Teremos esse período para o planejamento a fim de melhor atender no próximo ano. A intenção é expandir o atendimento para outros bairros”, afirmou Beatriz Vasconcelos.

Marilena Freitas

 

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