O senador Mecias de Jesus (Republicanos/RR), afirmou, nesta segunda-feira, 23, ter ficado “estarrecido” com a situação vivida pelos índios Yanomamis (na fronteira do extremo norte do país), lembrando ser “indispensável” não imputar transgressões e violações cometidas a quem nada deve nem tem culpa no cartório. Em sua opinião, o que ora ganha manchetes e domina o noticiário dos que desejam assassinar reputações, tem histórico cujo registro foi iniciado há algumas décadas.
“Para que se contextualize o problema”, disse o senador, “e não se permaneça apenas levantando questões que não se referem à veracidade dos fatos, os meios de comunicação teriam de ouvir o ex-senador Romero Jucá, que dominou o DSEI – Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Leste de Roraima -, durante quase 30 anos!” “Por onde anda o ex-senador, que procurado pelos meios de comunicação aparenta estar em lugar incerto e não sabido?”, indagou Mecias de Jesus.
O parlamentar disse, ainda, que os jornalistas irão dispor de farto material, para investigação e apuração precisa dos fatos, “se fizerem levantamento, junto ao Ministério da Saúde, dos nomes dos coordenadores do DSEI indicados por Jucá em quase três décadas”. O representante roraimense foi além, ao sugerir que não se deve esquecer, também, quais empresas aéreas cobriam regularmente o território indígena, à época em que Jucá era o homem forte da gestão petista.
Líder importante de vários presidentes
Em artigo publicado no portal Poder-DF, o jornalista Oswaldo Eustáquio comparou o que acontece na reserva Yanomami com o holodomor ucraniano, ocorrido entre 1931 e 1933, no período em que Joseph Stalin foi o mandachuva da hoje extinta União Soviética. Analisando fotos de índios esquálidos, esfomeados, Eustáquio escreveu que “os indígenas apresentados pela esquerda são vítimas do seu próprio sistema. São venezuelanos que pedem socorro a parentes prósperos do continente, o Brasil”.
Mecias de Jesus acredita que a atual gestão do presidente Lula parece sofrer de espécie de amnésia, já que todo o período em que o PT esteve à frente do governo federal, incluindo a ex-presidente Dilma Roussef e o ex-presidente Michel Temer, quem comandou o DSEI foi o então senador Romero Jucá. “Se existe sincera disposição para esclarecer onde está a raiz do problema, o presidente Lula terá de ouvir o ex-senador Romero Jucá, seu homem de confiança na condução da política indigenista Yanomami”, garantiu o senador.
Mecias de Jesus assegura que o ex-senador Romero Jucá poderá esclarecer boa parte dos “sinistros acontecimentos que vêm sendo apontados pelo noticiário, quando for encontrado pela imprensa”. “Ele tem muito a explicar, diante dessa desordem, já que foi o responsável direto pela organização e condução das ocorrências no território indígena”. “Afinal de contas”, finalizou o parlamentar, “quem fica à frente de um empreendimento por quase três décadas, deve dominar todos os detalhes e possuir registros de tudo o que lhe diz respeito e lá aconteceu”.