Dizem que o cabelo é a moldura do rosto e os olhos a janela da alma. As sobrancelhas então são a moldura dos olhos. “Se você acha que as sobrancelhas não são essenciais, imagine-se sem elas no rosto”. Essa é a primeira reflexão que a professora Michelle Cantillo faz junto às alunas. Ela mesma complementa dizendo que “seria estranho uma pessoa sem elas, porque apesar de ser um detalhe no rosto, elas são muito importantes”.
Sobrancelhas desproporcionais ao conjunto do rosto tornam o visual desarmonioso. Para resolver esse problema é só chamar um designer de sobrancelhas, profissional que tem a função de desenhar a ‘moldura dos olhos’ de seus clientes de forma que harmonize perfeitamente com as características de cada um.
A oficina de design de sobrancelhas promovida pela Escolegis (Escola do Legislativo), como parte da programação do Mês da Mulher, ensina detalhes que todo profissional deve se atentar ao ingressar nesta profissão, afinal, não basta ter os equipamentos e as técnicas. Além dos cuidados com a biossegurança e higiene pessoal, é preciso respeitar o formato natural e único das sobrancelhas de cada cliente.
Dividido em teoria e prática, a oficina teve duração de uma semana e mostrou que é preciso deixar o local de atendimento sempre limpo, usar luvas descartáveis, esterilizar todos os materiais após o uso e nunca utilizar materiais descartáveis. Na parte teórica as alunas também aprenderam que é essencial manter os cabelos limpos presos, unhas higienizadas e cortadas, máscara buconasal, maquiagem, roupas e acessórios discretos.
“A biossegurança é todo o cuidado que temos com o nosso material de trabalho, higienização constante, do começo até o fim do atendimento. Temos que cuidar da cliente da hora que entra, ao deitar-se na maca e quando vai embora. Por exemplo, a escovinha de sobrancelha é descartável”, explicou, ao dizer que durante as aulas práticas vai relembrar tudo que disse na teoria.
No campo da ética a professora destacou que é importante manter o ambiente profissional e não comentar sobre situações particulares ou problemas pessoais. Ressaltou o cuidado redobrado para não ser inoportuna, falando sobre assuntos que não cabem naquele momento. E mesmo que a cliente sinta confiança e resolva falar sobre os problemas dela, é importante “se atentar para não virar psicóloga”.
A dona de casa Verônica Souza já trabalhou na área da beleza, mas por conta da maternidade teve que parar. “Eu gosto dessa área, então resolvi fazer para complementar meu conhecimento. E tudo que vi está sendo super importante, como a biossegurança. Tenho certeza de que a prática será melhor ainda”, disse.
Quando soube da oficina, a dona de casa Ana Paula Monteiro, ficou interessadíssima, mas perdeu o prazo da inscrição. Como estava inscrita na oficina de artesanato, cujas aulas são ministradas à tarde, resolveu indagar na recepção da Escolegis se era possível um encaixe. Para surpresa dela, havia uma vaga disponível.
“Não pensei duas vezes, me inscrevi e já fiquei direto, da aula de artesanato para a de sobrancelha. E estou fazendo para poder ajeitar a minha sobrancelha, mas quem sabe mais para frente eu vou trabalhar na área. Estou adorando a aula porque está explicando muito bem o que a gente deve e não deve fazer, como atender o cliente. Não podemos ser muito e nem menos, mas na medida certa”, contou.
A administradora Taynara Fróes também buscou o curso para cuidados pessoais, mas não descarta empreender na área futuramente. “Entrei no Portal da Assembleia Legislativa e quando vi esse curso disponível, que sempre tive vontade de fazer, acabei me inscrevendo. Meu interesse é pessoal, mas eu também sempre tive vontade de atender as pessoas nas minhas horas vagas, final de semana, para fazer uma renda extra”, contou.
Para Taynara, a teoria vista na primeira aula ampliou a percepção dela. “O que ela abordou aqui é totalmente diferente do que já tive como atendimento. Aqui estamos tendo uma visão mais ampla. Como administradora estou agregando conhecimento para ganhar um extra no futuro”, disse.
Marilena Freitas
