Por meio do xadrez, escola municipal investe em inclusão de alunos com transtornos e deficiências

O Projeto, que agora conta com dois tabuleiros de xadrez em braile, abraçou as diferenças e chegou para mostrar que a inclusão é peça essencial no processo educacional. – Fotos: Katarine Almeida

Quando o assunto é educação inclusiva, a Prefeitura de Boa Vista dá o exemplo. Através do projeto “Xeque Mate”, desenvolvido pela Escola Municipal Centenário, alunos com transtornos e deficiências terão a oportunidade de se desenvolver e interagir com outras crianças por meio da prática do xadrez.

O projeto foi criado em 2018, mas ganhou ainda mais força no ano passado com a criação do “Clube de Xadrez Xeque Mate”, trazendo a atividade para a rotina dos alunos com aulas duas vezes por semana e um maior número de crianças contempladas. Além disso, o projeto passou a contar este ano com dois tabuleiros em braile, adaptados para pessoas com deficiência visual.

Sensibilidade

Com os tabuleiros adaptados, as alunas com deficiência visual atendidas na escola poderão praticar xadrez.

A inovação veio após observação da assistente de aluno e cuidadora, Nathália Pétala, que no dia a dia percebeu o desejo de duas alunas com deficiência visual em praticar a atividade. Além de contemplá-las, crianças com autismo e outros transtornos, atendidas na unidade, também devem integrar as atividades de xadrez.

“Ambas as alunas com deficiência visual são acompanhadas por professoras que as auxiliam na leitura em braile e atividades em geral. Com o xadrez queremos fortalecer o trabalho pedagógico que já é feito com elas e crianças com transtorno, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo, motor e inserção social desses alunos”, explicou.

“Quando ouvi falar de xadrez me interessei em aprender”, disse a estudante Helena.

Adriana Kato, uma das coordenadoras da unidade, reforça que a prática do esporte contribui diretamente no processo de ensino/aprendizado das crianças. “O xadrez ajuda muito na concentração, raciocínio lógico, tomada de decisões, prática da leitura, além de estimular os participantes a terem um bom rendimento escolar, pois um dos critérios de participação é ser bom aluno(a)”, disse.

Um novo mundo

Helena Souza, de 7 anos, estudante do 2° ano é deficiente visual e ficou muito feliz com a oportunidade em aprender algo novo. Ela, que pela primeira vez sentiu um tabuleiro e conheceu as peças, afirmou que está empolgada para começar. “Quando ouvi falar de xadrez me interessei em aprender. Estou muito feliz em começar”, disse.

Ana Clara Souza, um dos detaques femininos da escola, acompanhada da cuidadora Nathália Pétala.

A professora Cilene da Silva, avó da Sophia Lopes, de 9 anos, estudante do 4° ano que tem deficiência visual, está muito orgulhosa da neta. “Tudo que é diferente a Sophia gosta de aprender e o xadrez contribuirá muito para o desenvolvimento dela. Sabemos que existem certas limitações, mas no dia a dia a gente sempre faz questão de conscientizar a Sophia de que sim, ela pode”, contou.

Destaque

Ana Clara Souza, de 10 anos, estudante do 5° ano é atualmente destaque feminino em torneios de xadrez na escola. “Gostei da ideia porque dá oportunidade para todos aprenderem. O xadrez me ajudou muito em sala de aula, com foco e concentração”, explicou.

A 5ª edição do Torneio Interno de Xadrez Xeque Mate está prevista o novembro deste ano. A competição é importante na construção de valores, solidariedade, cumplicidade, contribuindo para que as crianças saibam lidar com alegrias, frustrações e que, acima de tudo, tenham sensibilidade e respeito com o adversário.

 

 

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