Soja: Encerrado o vazio sanitário para o plantio do grão em Roraima

Estado espera chegar a mais de 120.000 hectares de soja plantada, ultrapassando os 200.000 quando inclui o plantio de arroz, feijão e milho também nesta conta. – Fotos: Ascom/Aderr

O vazio sanitário da soja está encerrado em Roraima. Agora o produtor está permitido a fazer a semeadura para a colheita de 2023. O objetivo da medida sanitária é evitar a propagação da ferrugem asiática nas áreas produtivas do Estado de Roraima para quebrar o ciclo de produção de esporos do fungo.

De acordo com o presidente da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima, Marcelo Parisi, o Estado espera chegar a mais de 120.000 hectares de soja plantada, ultrapassando os 200.000 quando inclui o plantio de arroz, feijão e milho também nesta conta.

Ele ressaltou que o Estado vem crescendo exponencialmente nestes cultivos proporcionando o aumento de emprego e renda para toda população.

Parisi destacou também que a Aderr, no intuito de proteger essas produções, tem atuado para que a sanidade esteja presente em todas as lavouras e garanta um desenvolvimento consistente no campo, ajudando o produtor a ter melhor rentabilidade com produtos livres de doenças.

“No dia 18 de março chegou ao fim o vazio sanitário do período dessa safra, então agora o produtor está livre para poder plantar, assim que desejar. Ele deve estar aguardando só as condições climáticas favoráveis para começar a plantar a soja da safra 2023”, enfatizou o presidente da Aderr.

Vazio sanitário

O vazio sanitário para cultura da soja é o período no qual é proibido cultivar ou implantar cultivos de soja, bem como manter ou permitir a presença de plantas vivas, em qualquer fase de desenvolvimento.

É uma estratégia agrícola, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), utilizada para quebrar o ciclo da praga Phakopsora pachyrhizi, agente causador da Ferrugem Asiática.

“O principal dano dessa praga é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade”, disse o diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Marcos Prill.

O controle com agrotóxicos, com o uso de produtos autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem se mostrado eficiente na redução dos danos da praga na lavoura, entretanto o uso ininterrupto favorece a resistência do fungo ao controle químico.

Ferrugem Asiática é identificada em Roraima em 2021

A ferrugem asiática da soja está presente no Brasil desde 2001. Em Roraima foi detectada oficialmente, por meio de laudo oficial do Ministério da Agricultura, em 2021.

Segundo o presidente da Aderr, Marcelo Parisi, a praga foi identificada em propriedades dos municípios de Alto Alegre e Iracema, sendo confirmada por laboratório oficial credenciado pelo Ministério. “Estamos atentos e preparados para realizar todas as ações necessárias ao combate da praga”, disse.

A descoberta do primeiro caso da praga, no plantio de soja em Roraima, foi um trabalho dos técnicos da Aderr com a colaboração da Embrapa/RR, por intermédio do Dr. Daniel Schurt.

A identificação da doença ocorreu durante inspeção de rotina de plantios, quando foi realizada coleta de folhas de soja, com sintomas pelos técnicos da Aderr.

A confirmação oficial veio após análise em laboratório oficial credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, confirmando a presença do patógeno no material amostrado.

Os procedimentos de coleta e de acondicionamento e envio das amostras foram acompanhados pelo Dr. Daniel Schurt, em atendimento ao termo de cooperação técnica entre as instituições.

Programa de controle

O Programa de Controle da Ferrugem Asiática, criado em junho de 2022 pelo governo do Estado, obedecendo uma determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, possibilitou a criação de um cadastro de todos os produtores de soja de Roraima, o que beneficiou a implantação das ações de controle da sanidade na produção.

Elias Venâncio

 

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