O Governo de Roraima inicia, na próxima segunda-feira, 3, a Agulha Oficial, vacinação contra febre aftosa dos rebanhos das comunidades indígenas, com o deslocamento das equipes da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), em parceria com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O trabalho será feito nos municípios de Pacaraima, Uiramutã e Normandia, e na região das terras indígenas Raposa/Serra do Sol e São Marcos.
A meta é vacinar 50 mil cabeças distribuídas em rebanhos nas comunidades indígenas. Entre 3 a 12 de maio, seis equipes irão trabalhar em uma ação conjunta entre Aderr, Mapa e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Nessa vacinação, o Governo do Estado fez a doação da vacina.
“A Agulha Oficial, que neste ano completa 13 anos de trabalho, é uma ação importante para a imunização dos rebanhos nas comunidades indígenas. É um serviço feito pelo Mapa, Funai e Governo de Roraima, por meio da Aderr, que ajuda a manter a sanidade dos rebanhos na região de fronteira, além de garantir nosso status de área livre de febre aftosa com vacinação”, enfatizou o governador Antonio Denarium.
Segundo o presidente da Aderr, Marcelo Parisi, na Agulha Oficial são vacinados todos os animais nas duas etapas que ocorrem a cada seis meses. Ele destacou a participação ativa das comunidades indígenas na vacinação.
“A cada campanha eles têm participado efetivamente, prendendo os animais, consertando os currais, dando o suporte para os raposeiros e nos recebendo com muita cordialidade. Eles têm consciência da importância da vacinação na proteção dos rebanhos”, disse.
De acordo com o coordenador agropecuário da Região Norte, Gelb Platão, que atua como supervisor durante a Agulha Oficial, serão 45 dias de trabalho nas comunidades, atendendo 779 comunidades e envolvendo 15 vacinadores, que irão realizar o trabalho nos três municípios.
Pecuária indígena
De acordo com historiadores, quando os indígenas trabalhavam nas fazendas locais na década de 1970, eles aprenderam o manejo com os bovinos, o que ajudou a criar uma cultura entre eles de terem animais próprios. Com a saída dos fazendeiros, eles assumiram os pastos e começaram a investir na pecuária, que é feita de forma comunitária.
Com aproximadamente 50 mil animais, o rebanho das comunidades indígenas tem crescido ao longo dos anos e a tendência é aumentar, pois eles estão cada vez mais se aperfeiçoando e melhorando técnicas, genética, estrutura física e compreendendo o valor da pecuária para a própria economia.
Obstáculos
O presidente da Aderr, Marcelo Parisi, lembrou das dificuldades que foram enfrentadas pelos vacinadores da Agulha Oficial para cumprir com a cobertura vacinal projetada nas campanhas.
“Foram muitos obstáculos nesses 13 anos, mas apesar disso, sempre houve êxito nas ações. Hoje, existem rotas georreferenciadas, comunicação por internet, participação maciça das comunidades, melhorias nas estruturas físicas, dentre outros benefícios que facilitam os trabalhos dos vacinadores”, disse.
Elias Venâncio