Professores indígenas brasileiros e venezuelanos finalizam curso de formação da Seed

Curso trabalhou conteúdos como os marcos legais e os desafios dos imigrantes indígenas e as relações interculturais no contexto migratório e educativo. – Fotos: Ascom/Seed

O Governo de Roraima, por meio da Seed (Secretaria de Educação e Desporto), entregou nesta quinta-feira, 30, certificados do curso “Educação escolar indígena como espaço educativo intercultural”. O evento aconteceu no auditório do CEEPPAL (Centro Estadual de Educação Profissional Antônio de Pinho Lima), no bairro Cauamé.

Foram certificados 36 professores indígenas brasileiros das redes de ensino estadual e municipais de Boa Vista e Pacaraima e professores indígenas pertencentes às etnias originárias Warao, E’ñepá e Taurepang, da Venezuela. O curso foi coordenado pelo Ceforr (Centro Estadual de Formação de Roraima) da Seed.

“É uma determinação do governador Antonio Denarium a oferta de formação continuada na rede estadual de ensino, e esse curso ofertado pelo Ceforr foi bem específico para atender mais uma particularidade de Roraima, o atendimento aos estudantes indígenas venezuelanos”, ressaltou o secretário de Educação e Desporto, Nonato Mesquita.

A diretora do Ceforr, Stela Damas explicou que a Seed realiza um plano de atendimento às crianças indígenas originárias da Venezuela no Brasil. O plano possui vários parceiros e apoiadores, e conta com o monitoramento do MPF (Ministério Público Federal).

“Neste momento estamos certificando os educadores que participaram do primeiro curso de formação continuada que teve como principal objetivo integrar professores brasileiros e indígenas imigrantes compartilhando novas metodologias e debatendo o atendimento às crianças e adolescentes que buscam refúgio em nosso país”, disse Stella.

Entre as organizações ou instituições apoiadoras do plano de atendimento estão a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), o Acnur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) e a Unicef (Fundação das Nações Unidas para a Infância).

Também participam a Operação Acolhida, a UFRR (Universidade Federal de Roraima), o Cedcar (Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes de Roraima), as prefeituras de Pacaraima e de Boa Vista, o Instituto Pirilampos e o Coletivo Mosaico.

“Foi um passo muito importante. A troca de experiência sobre o processo de educação dos povos, uma educação específica e diferenciada, culturalmente falando. Também tivemos encontro dos povos indígenas brasileiros e venezuelanos, então o curso representou um grande avanço para nós”, disse o representante dos povos originários venezuelanos no Brasil, Omar Perez.

Dois módulos

Os professores que participaram do curso foram alojados tanto no Ceforr quanto nos abrigos da Operação Acolhida, entre o período de setembro e novembro de 2022. Com carga horária de 70 horas, o curso trabalhou conteúdos como os marcos legais e os desafios dos imigrantes indígenas e as relações interculturais no contexto migratório e educativo.

Palestras no TJRR

A solenidade de certificação contou ainda com palestras ministradas por profissionais do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima). Os temas foram sobre o funcionamento da Ouvidoria do Judiciário estadual e “Quebrando preconceitos e elevando a autoestima”.

Layse Menezes e Mágida Azulay Khatab

 

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