Parlamentares da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) participaram nesta quinta-feira, 30, da primeira reunião ordinária do Parlamento Amazônico de 2023. O encontro ocorreu no plenário da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) e contou com uma comitiva de 13 deputados roraimenses, bem como a presença do governador rondoniense, Marcos Rocha (União).
Durante o evento, o secretário nacional do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Eduardo Tavares, proferiu palestra sobre as principais funções da pasta. Temas relacionados aos fundos e instrumentos financeiros, proteção e defesa civil, segurança hídrica e desenvolvimento territorial foram abordados pelo representante do governo federal.
O deputado Jorge Everton (União) indagou Tavares sobre os planos do ministério para o desenvolvimento dos estados amazônicos. “Este ano, já recebemos [em Roraima] duas visitas do presidente da República e, infelizmente, ele não fez questão de se reunir com a classe política. Também nos preocupa a questão indígena, bem como a regularização da mineração. Por isso, queremos saber quais são as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento regional dos estados da Amazônia”, questionou.
Já o parlamentar Renato Silva (Pros) lembrou ao secretário as más condições de trafegabilidade da BR-174, única ligação terrestre entre Roraima e o restante do país.
“A Região Norte como um todo sente a grande precariedade das rodovias federais, pois as estradas estão muito destruídas. Roraima não tem outro meio de conexão ao Brasil, senão por meio da rodovia 174. Nesse sentido, queremos que o senhor leve ao governo federal a mensagem sobre a necessidade de se ter um olhar especial para a região”, disse Silva a Tavares.
Além da questão rodoviária, o deputado Gabriel Picanço (Republicanos) destacou outros entraves que prejudicam a população roraimense, como a crise humanitária venezuelana, a falta de interligação do Estado com o sistema nacional energético e as questões indígena e fundiária.
“Nós estamos aqui, por meio do Parlamento Amazônico, pedindo que nos ajude a fazer com que o governo federal entenda que esses problemas são da nação brasileira. Roraima é Brasil, mas o Estado não tem o aporte federal necessário para ajudar a nossa população”, argumentou Picanço.
O secretário federal respondeu aos questionamentos dos parlamentares. “O mais importante é percebermos que, em um universo complexo de desafios, não é justo querermos resolver em pouco tempo o que foi indagado. Assim, nossa missão não acaba aqui, porém, o ideal é trabalharmos uma proposta em consenso entre os estados amazônicos para apresentá-la dentro do Plano Plurianual [PPA] da União”, afirmou.
O presidente da ALE-RO, deputado Marcelo Cruz (Patri), ressaltou o empenho e a união dos parlamentares da Região Norte e Amazônia Legal, que inclui parte do Maranhão e Mato Grosso. “Vejo, na nossa união, o meio mais rápido de solucionarmos problemas comuns em nossa região”.
Cruz aproveitou a oportunidade para expor duas pautas pertinentes para discussão entre os parlamentares, sendo a primeira a recompensa aos estados pela manutenção e preservação das matas e florestas, e a segunda, o planejamento de áreas para estruturas industriais.
Participaram ainda do encontro os parlamentares Isamar Júnior (PSC), Rárison Barbosa (PMB), Idázio da Perfil (MDB), Éder Lourinho (PSD), Neto Loureiro (PMB), Marcinho Belota (PRTB), Joilma Teodora (Podemos), Lucas Souza (Pros), Armando Neto (PL) e Dr. Meton (MDB).
As próximas reuniões do grupo parlamentar serão em 27 de abril, no Pará, e 25 de maio, no Acre, conforme informação da presidente do Parlamento Amazônico, deputada Edna Auzier (PSD-AP).
Anderson Caldas