Para fomentar a produção agrícola familiar indígena no Estado, o governador Antonio Denarium entregou nesta quinta-feira, 30, tratores, máquinas, implementos, roçadeiras e casas de farinhas aos agricultores das comunidades indígenas de Campo Alegre, localizada na zona rural de Boa Vista, dentro da terra indígena São Marcos.
O governador Antonio Denarium destacou que os investimentos do Governo do Estado são permanentes na agricultura para que os indígenas possam produzir, desenvolver, gerar emprego e segurança alimentar.
“Essas entregas são os maiores programas de investimentos na agricultura familiar e indígena na história de Roraima. Para 2023 serão 2 mil hectares de milho e feijão plantados. Estamos capacitando os jovens indígenas para produção de alimentos em terra mecanizada. Isso é liberdade e segurança alimentar que o Governo está proporcionando para todas as comunidades”, disse.
Participaram do evento tuxauas das comunidades indígenas da região, representantes de secretarias do Governo e autoridades políticas.
Foram entregues dois caminhões 3×4, três tratores, três grades aradoras e três carretas agrícolas com carroça basculante. Os produtores também receberam 55 roçadeiras e 55 kits de casas de farinha, compostas por um motor 5,5 cv e partida manual, com dois fornos em ferro fundido, uma bancada com catitu (moedor), uma correia de transmissão de força e uma polia para a correia. Os recursos são oriundos do tesouro estadual e de emenda parlamentar do ex-senador Telmário Mota.
O tuxaua José Antonio ressaltou que os equipamentos, máquinas e implementos vão contribuir muito para produção das quase 120 famílias da comunidade de Campo Alegre. “Agradecemos ao governador por cumprir o compromisso com as nossas comunidades. Agora vamos produzir mais milho, mandioca e outros. Essas entregas vão influenciar o desenvolvimento das nossas famílias e a gente fica muito feliz”, frisou.
O presidente do Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), Marcelo Pereira, explicou que o intuito da entrega é estimular a independência econômica e potencializar ainda mais o eixo de produção nas comunidades, que vêm crescendo desde 2019. “É uma estrutura significativa para potencializar a produção agropecuária que o Governo do Estado ajudou a estabelecer nas comunidades por meio de diversos projetos que continuam sendo executados”, disse.
O secretário da Seadi (Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento e Inovação), Márcio Grangeiro, destacou que os projetos da instituição têm desempenhando papel fundamental na construção do futuro da população roraimense, baseados no Plano Roraima 2030 sob o eixo da produção sustentável.
“É um processo de políticas públicas importantes para a execução de trabalhos em conjunto com vários órgãos do Executivo que beneficiam o povo do campo e da cidade e leva qualidade de vida para todos. As patrulhas mecanizadas trazem mais produtividade e economia na vida de quem trabalha e produz”, destacou.
Recordes de colheitas em trabalhos do Governo do Estado nas comunidades indígenas
O Governo de Roraima iniciou em 2020 as primeiras tratativas de projetos junto aos povos em áreas indígenas do Estado. Em 2021 foram realizadas as primeiras plantações de grãos, sendo 800 hectares plantados em 52 pólos de produção.
No cultivo desses grãos, foram colhidas 16 mil sacas de milho e 272 de feijão-caupi, durante esse período, 648 famílias indígenas que compõem os grupos de trabalhos, lidam diretamente nas lavouras. Se comparados os dados de um ano para outro, houve aumento considerável de 87,5% no tamanho de área, 126% no número de pólos de produção e 118,5% no número de famílias indígenas atendidas.
Com o sucesso do projeto, o Governo ampliou a área plantada nas comunidades indígenas, passando de 800 hectares para 1.500 hectares. o número é quase o dobro de 2021.
Atualmente, são 118 pólos de produção de feijão-caupi e milho, contemplando 1.418 famílias que atuam com a agricultura familiar indígena. Os pontos de produção ficam em comunidades de Pacaraima, Uiramutã, Normandia, Amajari, Boa Vista, Cantá, São João da Baliza e Alto Alegre. O Governo oferece toda a logística aos contemplados, com insumos e assistência técnica.
Piscicultura
Para garantir segurança alimentar, produção de proteína animal e renda própria das comunidades locais, o Governo de Roraima, por meio da SEI (Secretaria Estadual do Índio), deu início ao projeto de piscicultura, que atende os povos com o envio e introdução de alevinos em tanques escavados e enlonados.
É o caso do Sucuba, em Alto Alegre, a primeira comunidade indígena atendida durante o início do projeto. De junho a dezembro de 2022, o programa de piscicultura distribuiu alevinos e ração para 34 polos de produção no local. Foram mais de 85 mil alevinos introduzidos nos tanques e mais de 7.300 sacas de ração distribuídas para diferentes fases de desenvolvimento dos peixes.
O projeto beneficiou 340 famílias indígenas de forma direta e 1.000 pessoas beneficiadas indiretamente.
Avicultura
Outro eixo de ação do Governo foi o início do projeto de avicultura nas comunidades indígenas. No início, cerca de 5.000 filhotes de aves (pintinhos) chegaram ao Estado e foram distribuídos para comunidades localizadas nos municípios de Alto Alegre, Amajari, Uiramutã, Pacaraima, Normandia, Cantá, Bonfim e Boa Vista.
Até o momento, a SEI distribuiu mais de 20 mil aves, junto com ração de crescimento e terminação. São 96 pólos em 85 comunidades atendidos com o projeto, contemplando 960 famílias no ano passado em oito municípios (Pacaraima, Amajari, Alto Alegre, Normandia, Bonfim, Cantá, Uiramutã e Boa Vista).
Também foram doadas 2.014 sacas de ração aos pólos avicultores e 8.000 pessoas são beneficiadas indiretamente na cadeia de produção.
Hortas
Com o objetivo de fortalecer as iniciativas da medicina tradicional dos povos indígenas, o Governo também executa o projeto de hortas, plantas medicinais e pimenta. A iniciativa concilia o conhecimento tradicional com o conhecimento técnico convencional, o que oportuniza matéria-prima para a elaboração de remédios usuais, xarope, pomadas, entre outros. O projeto tem como público-alvo famílias que trabalham na agricultura familiar e queira atuar em regime de grupos de trabalhos.
Em 2022, o projeto iniciou seis polos produtivos em comunidades no Amajari. Foram distribuídas 700 mudas da pimenta carolina reaper e quatro sacas de 30 kg de adubos de fundação. De forma direta, o projeto atendeu 60 famílias indígenas e, indiretamente, 180 pessoas foram beneficiadas.
Naira Sousa e Michel Sales