Hoje, estamos vendo diversas pessoas dizerem que estamos vivendo a geração do mimimi.
Mas, se pararmos um pouco de jogar a chamada “culpa” no outros e, com isso, fizermos uma reflexão um pouco mais aprofundada, veremos que a “culpa” é simplesmente nossa. Mas, porque digo isso? Simples: Quem que educou essa geração? Essa geração do mimimi é formada por filhos e netos de quem?
Pois é povo. Se a geração atual é a do mimimi, a nossa é da incompetência. Isso mesmo, da incompetência. Digo isso em virtude de que eles foram educados por nós, e ficar transferindo culpas sem antes analisar as causas, é bem mais fácil, né?
Então vamos lá. A poetisa, escritora e filósofa Rosângela Trajano, que é licenciada e bacharelada em filosofia pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e mestra em Literatura também pela UFRN, com mais de 20 (vinte) livros publicados para crianças, que ministra cursos de filosofia para crianças, à distância, publicou uma artigo em 15/04/2022, que pode ser acessado no link: https://www.neipies.com/nao-temos-uma-geracao-mimimi-mas-uma-incompreendida/, onde ela foi feliz em falar um pouco sobre esse tema. Ela diz o seguinte: “A geração que nasceu no século XXI está completamente perdida. Ela não sabe para onde ir ou o que é melhor para si. São tantas as oportunidades, tantas as escolhas a serem feitas, tantas as responsabilidades logo cedo, muitas vezes ainda crianças, que elas acabam prejudicadas e tendo os seus desenvolvimentos cognitivos e emocionais sobrecarregados e como válvula de escape acabam fazendo coisas que os adultos não gostam”.
Notem que, no final do parágrafo supracitado, ela enfoca que essa geração está “completamente perdida”. Bem, se está completamente perdida, é porque não houve direcionamento, orientação e/ou controle. Isso mesmo, controle. Mas esse tal controle seria tarefa de quem? Nem precisa responder né?
Não respondemos isso devido, no momento da pergunta, nós mesmos, de forma intrínseca, respondermos e, claro, com essa resposta, termos a responsabilidade sobre as causas que levaram essa geração ser denominada de geração do mimimi.
Se essa geração é do mimimi, a nossa é da incompetência, pois temos responsabilidade direta sobre essa geração, visto que viemos antes, e como atores protagonistas dessa formação, não podemos nos esquivar, jogando a responsabilidade em cima daquilo que é função nossa. Isso mesmo: “NOSSA”.
O dramaturgo, poeta e romancista italiano Luigi Pirandello, diz: “É próprio da natureza humana, lamentavelmente, sentir necessidade de culpar os outros dos nossos desastres e das nossas desventuras”.
Justamente em cima do que Luigi Pirandello fala, digo: em vez de ficarmos a todo momento acusando A ou B por isso ou por aquilo, não seria mais fácil sermos mais humildes e passarmos a tentar consertar o que, na cabeça dos acusadores, não tem conserto?
Passando para o lado bíblico, no livro de Mateus, capítulo 7, versículos de 3 a 5, diz: “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”.
Infelizmente, hoje existem os críticos de plantão. Aqueles que passam o dia vigiando a vida dos outros e esquecem de viver suas próprias vidas. Preferem passar a maior parte do tempo com críticas e com colocações nada convencionais, do que fazer sua parte na sociedade.
Em suma, vamos parar de ficar acusando os outros daquilo que também é nossa responsabilidade e, com isso, tentar viver melhor, pois como o próprio conteúdo diz: É mais fácil acusar os outros do que assumir aquilo que também é de nossa função no meio em que vivemos. Então: PAREMOS COM ISSO.
(*) Emanoel dos Santos Ferreira é pedagogo, especialista em Gestão e Organização de Escola