A deputada Betânia Almeida (PV) subiu à tribuna do Plenário Noêmia Bastos Amazonas da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) para dizer que foi vítima de “violência política” após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que anulou os votos da parlamentar do pleito de 2018. O pronunciamento ocorreu durante a Sessão Plenária desta terça-feira (18).
Conforme a decisão do órgão colegiado, o Partido Verde (PV) usou duas candidatas fictícias para fraudar a cota mínima de gênero. “Na data de hoje, senhoras e senhores, os anais desta Casa registrarão para a história o primeiro caso explícito de violência política contra uma mulher legitimamente eleita deputada estadual em 2018”, declarou.
Ainda durante o discurso, Betânia afirmou que foi condenada por um crime que não cometeu e que nas últimas eleições cumpriu todas as formalidades exigidas para uma candidatura.
“Pela vontade popular, fui eleita com 2.885 votos, os quais agradeço a Deus e ao povo de Roraima todos os dias. Tenho também certeza de que a Justiça Eleitoral confirmou o resultado, publicou a lista dos escolhidos democraticamente e concedeu um diploma para o exercício do mandato”, detalhou.
Ela destacou seu trabalho na atual legislatura. “Para uma parlamentar caloura, os resultados mostram um mandato bastante atuante. Em menos de quatro anos, produzimos o dobro da soma dos projetos, indicações e leis de outros parlamentares do mesmo partido nesta Casa”, destacou.
Betânia concluiu dizendo que a lei precisa ser revista para que o mesmo não ocorra com suas amigas e agradeceu aos demais deputados e servidores da Assembleia pela colaboração.
Apoio feminino
Ao término do pronunciamento, a deputada Lenir Rodrigues (Cidadania) pediu a palavra e disse que considerou importante o esclarecimento da colega de Parlamento.
“A senhora entra para a história de Roraima como uma parlamentar que está sofrendo violência política e institucionalizada porque, realmente, é um absurdo Vossa Excelência ser mulher e ser retirada, arrancada do mandato, por questões de gênero”, concluiu Rodrigues.
Suzanne Oliveira