A Procuradoria Especial da Mulher (PEM), programa da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), realizou nesta quinta-feira, 13, mais uma palestra sobre os principais tipos de violência contra a mulher, suas consequências, legislação e rede de proteção. Os alunos do 6º e 7º ano da Escola Estadual Girassol foram os contemplados.
Conforme a diretora da PEM, Glauci Gembro, é de grande relevância levar palestras desse tipo para dentro das escolas.
“É importante essas crianças entenderem o que é violência doméstica, para elas detectarem em suas casas com seus pais, irmãos e família. Enfim, a violência doméstica abrange vários aspectos. Nossa proposta é continuar semanalmente nas escolas da capital e, futuramente, levar para o interior”, explicou.
Para Ana Clara Pereira, de 12 anos, aluna do 7º ano, “foi uma experiencia diferente” ouvir os profissionais da PEM. Ela conta que já ouviu falar sobre a violência doméstica, mas acreditava que existia somente a física.
“Fiquei sabendo de mais coisas que eu não sabia, como a violência psicológica. Para mim, era praticamente tudo abuso, e foi um conhecimento a mais. Lá em casa ocorrem algumas discussões, e sempre via a minha mãe como uma pessoa agressiva. Agora, vou levar isso como um aprendizado para mim e para ela. Vou conversar sobre isso com meus pais”, destacou.
A coordenadora pedagógica da escola, Iomar da Costa, ressaltou que, para a instituição de ensino, foi um “privilégio” receber a equipe da PEM.
“A gente sabe da importância dessas informações. Os meninos precisam aprender que não podem bater, e as meninas que não podem apanhar. Então, dito isso, eles vão levar esses conteúdos para a vida. No momento que for necessário, a gente espera que eles acionem esse conhecimento na prática. Tudo o que vem de informação é muito bem-vindo, e trabalhado da forma como foi por esses profissionais, foi precioso. Isso só ampliou os horizontes dos nossos alunos”, salientou.
O psicólogo Jadiel Espinosa, do Núcleo Reflexivo Reconstruir, projeto desenvolvido pela PEM, também palestrou aos alunos e de forma lúdica explicou como os alunos podem perceber comportamentos agressivos e trabalhar isso.
“A gente sabe que as crianças e adolescentes podem ser um futuro agressor, porque muitos deles vivenciam a violência. Então, o papel do projeto é justamente trazer a reelaboração do comportamento para dentro das escolas, para que esses jovens não sejam os próximos a cometer alguma violência doméstica e que eles possam levar essas informações para o ambiente familiar”, disse.
Projeto Reconstruir
O grupo reflexivo trabalha, por meio de orientações, palestras e rodas de conversa, a sensibilização e recuperação de homens que já cometeram algum tipo de agressão contra mulheres. Os encontros com a equipe multidisciplinar composta por psicólogo, advogado, assistente social e pedagogo são semanais e podem ser individuais ou coletivos.
Atualmente, atende 13 homens, sendo 12 encaminhados pela Vara de Execuções das Penas e Medidas Alternativas, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), e um de forma espontânea.
Suzanne Oliveira
