A batata-doce é uma refeição de alto valor nutricional e energético e que vem contribuindo bastante com a alimentação do povo yanomami em Roraima. Nos últimos anos, o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) tem garantido acesso a refeições saudáveis para crianças, jovens e adultos em vulnerabilidade alimentar também nas regiões indígenas.
O Governo de Roraima, por meio da Seadi (Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação), fez uma parceria com o Programa Mesa Brasil Sesc (Serviço Social do Comércio) para atender as demandas do Dsei-Y (Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami) e Casai-Y (Casa de Saúde Indígena Yanomami).
Foram distribuídos 644 quilos de batata-doce nos últimos dois meses. Além disso, também foram destinados ao território indígena bananas, melancias, macaxeiras, milhos-verdes, farinhas de batata-doce, abóboras, verduras, polpas, entre outros alimentos.
A execução logística de recebimento e entrega dos produtos junto aos agricultores familiares conta ainda com auxílio do Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural).
Dentre as comunidades atendidas pelo PAA no Dsei-Y estão os Auaris, Olomai, Onkiola, Kuratanha, Palimiú, Koherepi, Xiroxiropiu, Surucucu, Kataroa, Waputha, Xitei, Ketaa, Parafuri, Parima e Missão Catrimani.
Já em Boa Vista, algumas associações também têm sido contempladas, sendo elas a Associação da Moradia Digna, Casa de Timóteo, Casa Bom Samaritano, Autista, AACBV, Anjos de Luz e Melhor Idade.
Para o secretário Márcio Grangeiro, o PAA é uma importante política pública que tem transformado a realidade de muitas famílias. “Conhecemos as dificuldades enfrentadas pelo povo Yanomami com a desnutrição. E dessa forma, a Seadi permanece atenta e disposta a contribuir com todos os povos, também atuando com respeito aos saberes, costumes e tradições”, reforçou o titular da Seadi.
Nutrição Yanomami
Segundo a nutricionista Monique Paixão, responsável técnica no Dsei-Y, a farinha de batata-doce está entre os alimentos mais consumidos pelo povo local. “A batata-doce é uma refeição que surpreende por seus benefícios nutricionais, além da praticidade de manuseio e inclusão em diferentes tipos de dietas dos pacientes com desnutrição, e sua aceitabilidade foi bastante positiva, pois é um alimento que já faz parte da cultura e rotina dos Yanomamis”, destacou.
A coordenadora do PAA-RR, Yoná Suanny, esclarece que todos os produtos são oriundos de cooperativas e associações habilitadas com o programa. “Os alimentos são adquiridos pelo Governo do Estado diretamente dos produtores regionais e distribuídos às entidades beneficentes. O processo de compra segue critérios como qualidade dos produtos, preços justos e respeito às normas sanitárias”, concluiu.
Batata-doce
A batata-doce é considerada uma fonte de carboidrato saudável, rica em fibras, proteínas, vitaminas do complexo B, vitamina A, C e diferentes sais minerais. A presença destas vitaminas fortalece o sistema imunológico, enquanto os sais minerais também ajudam a controlar a pressão arterial.
A raiz pertence à família Convolvulácea, originária da América Tropical e suas ramas também são utilizadas na alimentação animal. Já na indústria, a batata-doce serve de matéria prima para fabricação de álcool, amido, pães e doces.
PAA
A iniciativa do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) é do Governo Federal, que compra alimentos produzidos por familiares e destina para entidades da rede socioassistencial: escolas, hospitais, asilos e outros equipamentos públicos.
E sendo executado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, o PAA já beneficiou milhares de produtores agrícolas em todo o país. Além disso, o programa contribui para a geração de renda no campo, estimula a produção de alimentos saudáveis e promove a segurança alimentar e nutricional da população.
Entre os alimentos adquiridos pelo programa estão frutas, verduras, legumes e tubérculos. Além de contribuir para uma alimentação saudável das pessoas atendidas pelas entidades beneficentes, o PAA também estimula a diversificação da produção agrícola e a preservação do meio ambiente.
Michel Sales