O Senador Dr. Hiran (PP-RR), presidente do grupo brasileiro do Parlamento Latino-Americano e Caribenho (Parlatino), destacou o Brasil e o estado de Roraima ao retratar a crise da imigração venezuelana durante a reunião do Parlatino (Parlamento Latino-Americano e Caribenho), realizada nesta quinta-feira, 27, no Panamá.
Na oportunidade, o senador apresentou aos membros de 23 países da organização internacional, os dados que comprovam o aumento da imigração venezuelana desde 2017, após o colapso político e financeiro na Venezuela. Estima-se que mais de um milhão de venezuelanos migraram para o território brasileiro, por acessos oficiais e clandestinos. Existe ainda grande fluxo em direção a outras nações sul-americanas, como Colômbia, Peru, Equador e Chile.
Os venezuelanos atravessam a fronteira em busca de uma vida digna no Brasil, e o acesso se dá principalmente pela cidade de Pacaraima, localizado no norte de Roraima. Dados da Operação Acolhida do Exército Brasileiro apontam que, em média, a entrada de imigrantes no Brasil por Roraima é de 500 pessoas por dia.
O número expressivo e constante de pessoas sobrecarrega o Sistema Público de Saúde, de Educação e de Assistência Social, além de afetar a segurança da população. “A crise migratória é consequência direta da instabilidade política, hiperinflação, dos altos índices de desemprego, fome e miséria na Venezuela” explica o senador.
A Operação Acolhida, somada a outras 100 agências nacionais e internacionais de assistência humanitária, atua diretamente na causa. “O Brasil já disponibilizou R$ 1,382 bilhão de reais, equivalente a cerca de US$ 302,9 milhões de dólares, para a Operação Acolhida, contudo, o Governo Federal deixou de prestar assistência integral a Roraima após a imigração inflar os serviços públicos em curto espaço de tempo”, explica o Dr. Hiran.
Diante da situação, o Governo do Estado de Roraima moveu uma ação contra o governo federal e obteve o ressarcimento dos valores investidos reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal. “Para exemplificar a situação vivenciada no Estado que represento, no âmbito da saúde, dos 246 mil atendimentos realizados pela rede pública de saúde estadual desde 2018, 51 mil foram atendimentos para venezuelanos, cerca de 21%”, destacou Dr. Hiran.
Na única maternidade de Roraima, uma média de sete venezuelanas deram à luz, por dia, em 2019. Atualmente, 25% dos atendimentos de gestantes são de mães que vêm da Venezuela. Na educação, em 2020, quase 10 mil crianças registraram matrícula na rede estadual e municipal de ensino. Já na segurança, mais de três mil ocorrências foram registradas nas delegacias de polícia do Estado, em 2022.
“O Brasil tem sido e continuará sendo solidário com outros países e famílias que fogem da guerra, da fome e da miséria, mas precisamos dedicar atenção especial às consequências desse acolhimento. O povo roraimense é impactado por essa imigração desenfreada há anos, com acesso aos serviços públicos cada vez mais reduzido”, defende Dr. Hiran.