Com a finalidade de ter ferramentas que permitam o avanço dos métodos utilizados nas investigações forenses, o ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida) da PCRR (Polícia Civil de Roraima), passa a utilizar integralmente o Sistema Integrado de Comparação Balística (IBIS, sigla em inglês) com armazenamento de informações no banco de dados nacional.
A tecnologia, fornecida por uma empresa canadense, foi adquirida por meio de um convênio de R$ 4 milhões, firmado entre a Sesp (Secretaria de Segurança Pública) de Roraima com o MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública).
O equipamento dará maior celeridade às perícias, aprimorando a qualidade das investigações policiais, por meio da comparação entre projéteis, cartuchos e estojos de armas de fogo, coletados na cena do crime pelos peritos e levados à sede do Instituto para avaliação.
De acordo com o diretor do ICPDA, Sttefani Ribeiro, ao inserir as informações no equipamento, ele é capaz de correlacionar diferentes crimes cometidos por uma mesma arma.
“O perito insere o projétil e o equipamento cria uma imagem em 3D que é lançada no banco de dados. Então a partir de agora o trabalho não é mais manual e nem mais comparado de um para um. Agora, esse projétil suspeito é confrontado com todas as informações que estão ali cadastrados e obtenho um resultado. Não interessa se essa arma foi comprada em Roraima ou em outro estado, ou se ela foi apreendida ou não no local do crime, ela estando no banco de dados, nós vamos saber a origem dela e todo o percurso que fez”, esclareceu o também perito criminal.
Conforme Ribeiro, os peritos roraimenses passam por um treinamento ao longo desta semana, ministrado por profissionais canadenses e, a partir daí, estarão aptos a utilizar o sistema.
“Inclusive está previsto uma contrapartida do convênio, onde nossos peritos vão viajar para o Canadá para fazer a segunda parte do treinamento, mas a primeira parte feita aqui já os habilita a fazer cadastros dos vestígios coletados e as análises preliminares. Essa segunda etapa que o Ministério da Justiça está encampando ainda está em fase de desenvolvimento para, possivelmente, no primeiro semestre do ano que vem”, afirmou Ribeiro.
Em sua avaliação, o diretor do Instituto de Criminalística afirmou que a busca por melhorias na atuação forense tem sido constante e as tecnologias utilizadas detêm um padrão internacional de qualidade.
“Roraima tem caminhado a bons passos. Tivemos a inauguração do Laboratório de Genética Forense, onde utilizamos os perfis genéticos. Já utilizamos também o Serviço de Perícias em Audiovisual e Eletrônicos, da Polícia Federal, com o banco de vozes com análise e confronto e, agora, também, com o Sistema Nacional de Identificação Balística. Com todo esse concentrado de equipamentos tecnológicos, nós começamos a fortalecer o nosso material probatório no que tange a autoria delitiva”, disse.
Novo equipamento eleva atuação da perícia
Para o especialista em perícia balística, perito Edilberto Carlos Ribeiro de Lima, com a aquisição do novo equipamento, Roraima, no que tange à perícia criminal de balística, estará em um patamar mais elevado.
Segundo ele, não há porque desprezar o resultado da perícia balística com o equipamento que há anos o Instituto de Criminalística vinha utilizando. O resultado era bom, mas, tratava-se de um trabalho manual, demorado, que exigia muita atenção e feeling do perito, que necessitava comparar com as armas que, porventura, fossem apreendidas.
“Agora não. A nova tecnologia modifica tudo. Com o exame aqui em Roraima, poderemos fazer a comparação com qualquer tipo de arma registrada ou apreendida no Brasil, por meio de um banco de dados nacional. Nós vamos chegar exatamente, a partir de agora, quem era ou quem portava aquela arma no momento do disparo. Vamos saber quem era o dono da arma e a partir dali as investigações podem se desenrolar até chegar a pessoa que cometeu efetivamente o disparo”, complementou.
Para o Delegado-Geral, Eduardo Wayner, a meta principal é colocar Roraima, cada vez mais, em um índice elevado de resolução de crimes.
“Trata-se de um equipamento de ponta, com tecnologia canadense, adquirida por meio de um convênio do Governo de Roraima por meio da Secretaria de Segurança Pública, com o Ministério da Justiça, que vai possibilitar um salto de qualidade nas perícias balísticas, com importantes resultados na identificação de autores de crimes”, disse.
Wayner ressaltou ainda que a meta principal do governador Antonio Denarium é de que o Sistema de Segurança do Estado seja excelente na resolução de crimes, dando respostas positivas à sociedade.
“Na Polícia Civil, a resolução do crime se dá através da investigação, que necessita de um grande complemento que são os resultados dos laudos periciais. Essa perícia precisa ser excelente, pois vai amarrar o autor do crime naquele cenário de violência cometido por ele. Daí a importância de termos policiais qualificados, peritos preparados, mas principalmente, equipamentos tecnológicos que nos deem suporte para que, assim, coibamos a impunidade, levando os infratores à Justiça, onde serão penalizados pelos delitos cometidos”, disse.
Jéssica Laurie e Sandra Lima