Alunos de robótica lançam foguete de garrafa PET e participam de competição nacional pela primeira vez

A experiência faz parte da 17ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), olimpíada inteiramente experimental que acontece em todo o Brasil. – Fotos: Andrezza Mariot

Alunos que integram a “I, Robot”, equipe de elite do Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI) da Prefeitura de Boa Vista construíram um foguete de garrafa pet e outros materiais simples, como canos de PVC e cartolina, para participarem da 17ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). Com muita física envolvida, os jovens gênios fizeram o lançamento do foguete no Parque do Rio Branco e tiveram um bom desempenho, atingindo a marca de 150 metros de distância da base.

A MOBFOG é uma olimpíada inteiramente experimental, que acontece em todo o Brasil, a qual o CCTI participa pela primeira vez. De acordo com o professor responsável por coordenar os alunos, Wilker Júnior, a equipe, que deve ser composta de no máximo três alunos, atingiu uma boa marca, visto que geralmente a altura alcançada fica entre 80 e 100 metros de altura.

“Para a nossa primeira vez, foi um excelente desempenho. Todo o processo, que consistiu desde a seleção dos materiais a colocar o foguete para voar foi bastante proveitoso. Eles praticaram o trabalho em equipe, além de motivarem eles a liderarem com conceitos de matemática e física, como ação e reação, cálculo do centro de gravidade e massa, pressurização, dentre outros fatores que também despertam interesses para a área de astronomia”, explicou.

Os resultados já foram enviados para os organizadores da Mostra, que ficam responsáveis em tabular todos os dados do território nacional e comunicar a escola sobre a classificação dos alunos no torneio, emitindo certificados e medalhas para os ganhadores. Este retorno deve acontecer no mês de junho.

Mãos na massa

Fazem parte da equipe os alunos Luciano Sampaio, Sophie Lucy e Jorge Henrique. Sophie Lucy, de 16 anos, adorou a experiência e não escondeu a emoção em participar, pela primeira vez, da competição.

“Achei incrível, por mais que o funcionamento do foguete seja simples. Já faço parte da I’ Robot há cinco anos e me ensinou muito a trabalhar em equipe. Nas participações em competições fora daqui, me proporcionou conhecer pessoas do mundo inteiro. Na escola também me ajudou muito, principalmente em raciocínio lógico”, disse.

Jorge integra a “I, Robot” há dois anos e, segundo ele, a fase de lançamento do foguete foi a mais interessante. “Gostei de todo o processo, porém lançar o foguete foi bem divertido. Ele atinge uma velocidade absurda! Com a I’ Robot aprendi muito sobre tecnologia e quero futuramente ser um profissional de destaque na história da robótica”, revelou.

Entenda o processo

Foram usados os seguintes materiais: garrafa pet, cartolina, barbante, braçadeiras de plástico, canos PVC, palitos de churrasco, cola, uma bomba para encher pneu de bicicleta e água.

Os canos servem para fazer a base, projetada em um ângulo de 45° e os palitos para a fixarem no solo. Dentro da garrafa os alunos colocam água. Em uma das pontas da base é inserida a bomba de ar, que pressionada repetidas vezes manda ar para garrafa, fazendo pressão.

O ar é controlado por uma válvula inserida no cano central e as braçadeiras são utilizadas para não deixar o foguete escapar da base, por conta da pressão. Ao atingir cerca de 90 psi (libra/força por polegada) na bomba, é puxado o barbante que, entrelaçado a uma espécie de gatilho, feito de cano, libera as braçadeiras e, com a pressão, a garrafa é liberada para voar.

I’Robot

A equipe é composta por alunos destaque, que participaram do Curso de Robótica Educacional desenvolvido no próprio CCTI. A ideia é desenvolver, aprofundar e compartilhar estudos, permitindo o aperfeiçoamento em modo avançado sobre a temática.

A equipe inclusive já acumula uma série de títulos e premiações, frutos de participações em torneios e competições locais, estaduais e nacionais. No Torneio Sesi de Robótica 2022, promovido em abril deste ano, a I, Robot conquistou pontuação histórica em sua trajetória de participações em torneios.

Marcus Miranda

 

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