Boa Vista Junina: 23 anos de tradição, valorização e fortalecimento do movimento quadrilheiro em Roraima

São mais de duas décadas de histórias que transformaram a pequena festa da década de 90 no Maior Arraial da Amazônia. – Fotos: Semuc/PMBV

Parece que foi ontem que nasceu o Boa Vista Junina. Mas já se passaram 23 anos de muitas histórias que encantaram e emocionaram brincantes e públicos de todas as idades. A magia do tablado, as músicas juninas, o rodado das saias e o traje caipira dos rapazes fizeram da pequena festa, que começou em meados da década de 90, na Praça Capitão Clóvis, hoje se tornar o Maior Arraial da Amazônia.

Oficialmente, o Boa Vista Junina foi criado em 2001, fortalecendo o movimento quadrilheiro em Roraima, dando espaço para os grupos manterem acesa a tradição do São João. A Praça do Centro Cívico e o Monumento ao Garimpeiro sediou por muitos anos a festa popular, mas precisamente até 2014. Era neste local que muitas quadrilhas festejaram e abrilhantaram esta importante época do ano.

Para quem não se lembra, foi neste cenário que alguns casais apaixonados celebraram a união em pleno tablado junino, movidos pelo amor e a paixão pelo movimento. Em 2014, quadrilheiros ganharam a oportunidade de mostrar a cultura junina roraimense em Nova Iorque, essa magia do São João tomou conta da terra do Tio Sam e encantou os americanos.

Foi em meio às comemorações de seus 15 anos que o Maior Arraial da Amazônia ganhou de presente um novo espaço de festa: A Praça Marques Fábio Paracat. Promoveu em pleno tablado um baile de debutante para meninas quadrilheiras que também estavam completando 15 anos na época. Há! E em 2015 ainda foi destaque no Brasil e no mundo por fazer a Maior Paçoca do Mundo, hoje patrimônio cultural de Boa Vista.

Incrível mesmo foi em 2016 quando a Tocha Olímpica passou por Boa Vista e fez parte da abertura oficial da festa. E assim os anos se passaram, a cada edição uma inovação, um tema diferente, atrações nacionais e locais com espaço garantido, e as apresentações das quadrilhas são sempre as principais atrações do Maior Arraial da Amazônia. A Prefeitura segue apoiando o movimento, com repasse anualmente aos grupos, promovendo a geração de renda para diversos seguimentos, desde a costureira até o artista.

A fase mais difícil foi passar pela pandemia da Covid-19, entre os anos de 2020 e 2021, onde o evento foi promovido em formato live. Mesmo assim, foi bonito e espetacular, os 25 grupos continuaram ganhando apoio financeiro da prefeitura e brilharam na arena Junina montada na Vila Olímpica Roberto Marinho. E o público curtiu de casa e se emocionou assistindo as apresentações da tela de um computador ou do celular. Um formato inovador que alcançou diversas regiões do Brasil.

“Viva esse Reencontro”

Foi com este tema que o Boa Vista Junina 2022 voltou a tomar conta da Praça Fábio Marques Paracat. De 25 passou para 28 grupos brilhando e brincando no Maior Arraial da Amazônia. A Maior Paçoca do Mundo superou seu quinto recorde e a população matou as saudades do calor de reviver toda a emoção. Muitos grupos brindaram a vida após dois longos anos de fase crítica da pandemia.

“Orgulho de Viver essa Emoção”

E Boa Vista já aguarda ansiosa pela 23ª edição. Os 28 grupos juninos estão se preparando para os espetáculos do dia 20 a 25 de junho. Terá muita música boa com 29 artistas da terra e a atração nacional “Os Barões da Pisadinha” e muitas novidades. Vai ter paçoca sim senhor! A maior de todas as edições.

“Êêêêê! Eu sou quadrilheiro e mando um beijo pra você”

Não tem como falar do Boa Vista Junina sem citar esta figura que é a cara do arraial. Chiquinho Santos, atua há cerca de 20 anos como coordenador do Concurso de Quadrilhas Juninas e já deixou sua marca e seu legado ao evento. Mas sua história de amor e paixão começou bem antes, ainda quando a prefeitura promovia festejos na Praça Capitão Clóvis, entre os anos de 1993 a 1996.

“Minha relação com o BV Junina é acima de tudo, uma relação de paixão. Minha família também, meus filhos foram criados ao redor do tablado. Mesmo sendo relação de paixão, é uma preocupação profissional porque criamos coisas que só acontecem aqui no Concurso de Quadrilhas de Boa Vista. Por exemplo, temos congresso técnico, caderno de orientações, a qualidade dos julgadores, pois aqui geralmente temos mestres e doutores da academia. Boa Vista Junina não é só o Maior Arraial da Amazônia, fazemos o melhor arraial da Amazônia”, declarou.

Já dizia Chacrinha “nada se cria, tudo se copia”. O famoso jargão de Chiquinho que já é famoso no meio quadrilheiro de Boa Vista é inspirado na música de Carlinhos Brown “Êêêêê, eu sou brasileiro, mando um beijo pra você”. A expressão faz parte de gritos de guerra de quadrilhas, músicas juninas, materiais de divulgação do evento. Hoje é o símbolo do arraial boa-vistense.

Ceiça Chaves

 

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