Para dar mais eficiência aos trabalhos que envolvam a análise especializada de projéteis de armas de fogo, os peritos criminais do ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida) da PCRR (Polícia Civil de Roraima), participam de um treinamento para operar o novo Sistema Integrado de Comparação Balística (IBIS – sigla em inglês).
A capacitação ocorreu durante 15 dias, e se encerrou nesta sexta-feira, 2. Ao todo, cinco peritos do ICPDA participaram do treinamento, ministrado pelo instrutor Felipe Santana Mota, da empresa canadense IAFIS.
Segundo explicou o instrutor, o novo sistema é dividido em etapas que identificam os padrões gerados pela arma após o disparo, gerando imagens em 3D, que são enviadas para um servidor em nuvem da Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública], responsável pela armazenagem dos dados e análise das imagens. Destacou ainda que depois dessa análise, a arma ou o projétil voltam para o local de origem com um resultado desse trabalho de correlação.
Conforme Felipe Santana, o sistema precisa da atuação do perito para concluir o trabalho.
“O sistema não toma a decisão, ele é uma ferramenta para ajudar o perito no dia-a-dia. Apesar de o sistema dar celeridade ao trabalho, é importante lembrar que a expertise do perito é essencial para concluir as etapas e solucionar o caso”, relatou.
Ele explicou que um dos objetivos da utilização do sistema é gerar uma base de dados unificada e padronizada para facilitar a identificação de possíveis armas envolvidas em crimes em estados diferentes.
O especialista em perícia balística do Instituto de Criminalística, Edilberto Carlos Ribeiro, é um dos peritos que está participando da capacitação. Há 19 anos na profissão, ele afirmou que o novo sistema vem para agregar a eficácia no resultado do trabalho.
“É muito importante a aquisição desse equipamento, pois esse sistema irá nos auxiliar muito na questão de correlações de casos, para que possamos atribuir crimes diversos a um determinado indivíduo ou a uma organização criminosa”, disse.
De acordo com o diretor do ICPDA, Sttefani Ribeiro, as expectativas para esse novo sistema são as melhores possíveis e o treinamento será feito em três fases, sendo duas aplicadas em Roraima e uma no Canadá.
“Posso enumerar três diretrizes fundamentais. Uma delas é a qualificação dos profissionais da balística forense, pois o incremento do conhecimento é muito importante. Outra, é a tecnologia de ponta que irá catalogar todos os vestígios decorrentes de locais de crimes, sejam eles projéteis, cartuchos ou estojos, todos reunidos em bancos de dados. Um serviço que não tínhamos antes e a terceira seria a força da prova material que, a partir de agora, poderemos robustecer ainda mais, com a ajuda do sistema automático de identificação”, complementou.
Para o Delegado-Geral da Polícia Civil, Eduardo Wayner, o importante não é somente adquirir equipamentos de ponta para robustecer os laudos periciais, mas, também, capacitar os profissionais, aumentando assim, ainda mais, a capacidade da Polícia Civil em atender a sociedade.
Evenny Kezia