Um empresário brasileiro com larga experiência nas relações comerciais do Brasil com a Venezuela procurou o blog para segundo ele “esclarecer alguns pontos que não estão sendo abordados pelas autoridades venezuelanas e que podem não ser do conhecimento das autoridades brasileiras”.
Pedindo pelo seu sigilo, o empresário disse que a principal razão está sendo deixada de fora das discussões por uma razão óbvia, já que – segundo ele – envolve uma questão não republicana por parte dos membros da ditadura venezuelana.
O empresário afirma que o problema é extremamente complexo, por que mexe com os interesses mesquinhos e pessoais do presidente, de alguns ministros e outros chefões da ditadura.
Na verdade – segundo relato do empresário – um pequeno grupo de empresários venezuelanos, que tinham sido expulsos pela ditadura a partir de 2014, mas que mantiveram laços com a ditadura Venezuelana, foram convencidos pelo ditador Nicolas Maduro a voltarem a produzir na Venezuela, principalmente, arroz, frango, leite e derivados, salsichas, macarrão, sardinha, óleo de soja, etc.
Ocorre que como o país está quebrado, o custo de produção é muito alto e como consequência, os preços ainda não são competitivos, muitas vezes custando duas ou três vezes o preço do mesmo produto quando importado do Brasil ou de outros países e nem a Venezuela tem dinheiro para conceder subsídios do passado.
Assim , para obrigar os venezuelanos a comprarem os produtos feitos na Venezuela, os empresários convenceram a ditadura a proibir a entrada de alguns produtos do Brasil e de outros países e agora só podem entrar, por exemplo, pneus e bebidas alcoólicas, que os empresários venezuelanos ainda não conseguem produzir.
Sem esperança
Dessa forma fica difícil afirmar se voltará a ser permitida a entrada de produtos do Brasil e de outros países porque os empresários venezuelanos estariam – segundo a denúncia – obrigando os ministros a manterem a fronteira fechada para a maioria dos produtos.
Com isso a população venezuelana, que já sofre desde 1999 com o caos gerado pela ditadura, está sendo obrigada a pagar 100%, 200% e até 300% a mais em alguns produtos apenas para manter o lucro de um pequeno grupo de empresários venezuelanos, em conluio com a ditadura, o que deixa o fim do bloqueio sem uma perspectiva concreta de chegar a um final.
Parlamentar
Um parlamentar federal consultado pelo blog disse que já tinha conhecimento dessa versão, mas afirmou que a aposta das autoridades políticas e diplomáticas do Brasil é que a solução possa ser encontrada através da política e da diplomacia. Ele reiterou que não dá para tratar da questão envolvendo qualquer outra informação. “Não sabemos se procede essa versão e mesmo que fosse verdade não teríamos como lidar com ela já que envolveria questões delicadas”, disse o parlamentar.