Colégios militarizados transformam as vidas de estudantes em Roraima

Roraima tem, atualmente, 33 colégios estaduais militarizados, sendo que 20 estão na Capital e 13 no Interior. Fotos: Ascom/Seed

Para fortalecer a educação e promover a segurança em comunidades mais vulneráveis, o Governo de Roraima tem investido significativamente na implantação dos CEMs (Colégios Estaduais Militarizados) tanto na Capital quanto no Interior do Estado.

O Programa de Colégios Estaduais Militarizados, da Seed (Secretaria de Educação e Desporto) foi criado em 2012 com a implantação do Colégio Militar Estadual Coronel PM Derly Vieira Borges.

Posteriormente, em 2016, foram militarizadas três escolas estaduais, e em 2018, na primeira gestão do governador Antonio Denarium, mais 15 escolas passaram pela implantação. Em 2022 a rede foi novamente ampliada, com novos 15 colégios com foco nos princípios de hierarquia, civismo e cidadania como forma de disciplina e integração social ofertando a assistência específica para essas instituições.

O deputado estadual Coronel Chagas explicou que o programa iniciou em 2016 em Roraima em razão dos excelentes números alcançados pelo Colégio Militar Derly Vieira, a partir de 2012, criado por projeto legislativo de própria autoria.

“Foi levado o mesmo modelo de ensino e projeto pedagógico para aquelas escolas que na época estavam com dificuldades por razões diversas, como evasão escolar, baixo rendimento educacional, violência. A extinção do programa federal em nada afeta o nosso programa estadual de colégios militarizados, e nós vamos continuar trabalhando para ampliar esse sistema de cogestão de sucesso em todo o Estado”, declarou o deputado.

O governador Antonio Denarium reconhece a qualidade de ensino nos colégios militarizados. “Na minha gestão, saímos de três escolas militarizadas para as 33 unidades que temos hoje. Isso é demonstração de que o ensino é bom, de qualidade, e segue diretrizes com foco na cidadania, hierarquia e respeito”, enfatizou, ao garantir que em Roraima, a modalidade será ampliada.

O secretário-adjunto e coordenador dos colégios estaduais militarizados da Seed, professor José de Sousa, afirmou que o foco principal é o processo de ensino e aprendizagem.

“A partir do momento da militarização desses colégios nós percebemos o crescimento do Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] que interfere diretamente no índice estadual”, disse.

Atualmente em Roraima, dos 33 colégios estaduais militarizados, 20 estão na capital e 13 no interior. O Estado também possui um Colégio Militar Estadual e uma Escola Estadual Cívico-Militar, que apesar de semelhantes, possuem sistemas diferentes dos CEM. A Cívico-Militar, por sua vez, será extinta seguindo determinação do Ministério da Educação. Juntos, os colégios atendem 30% dos alunos matriculados na rede estadual de ensino.

Com o Ideb acima da média nacional, o Colégio Militar Estadual Coronel Derly Vieira Borges obteve nota 7,3 no último levantamento de 2022. Para a gestão administrativa do colégio a implementação da militarização das escolas surgiu de um sonho e agora transforma a vida de muitos jovens.

“Hoje vemos os frutos desse trabalho na vida de cada um dos nossos alunos. É o grande legado desse Programa”, ressaltou a gestora escolar, major Claudia.

Alunos são recompensados com alamares, símbolos de reconhecimento por esforço na escola

Nos colégios militarizados também se trabalha o princípio da meritocracia. Só no 1º bimestre deste ano foram entregues 4.919 alamares para estudantes que obtiveram nota acima de 85.

A ex-aluna Hanna Arielle estudou no CEM Professora Maria dos Prazeres Mota, localizado no bairro Santa Tereza, em Boa Vista. Ela relatou sobre a organização e limpeza do colégio, que preza por um ambiente confortável para estudantes e corpo docente.

“Nossos esforços são recompensados com as patentes, principalmente o alamar, que é o símbolo da maior honra que podemos ter dentro do colégio. Ele quer dizer que você está indo pelo caminho certo, o sucesso. Recebemos por nossas notas e comportamento, em uma cerimônia de entrega muito linda e nossos pais o colocam no nosso uniforme, transmitindo orgulho tanto para nós quanto para eles”, explicou Arielle.

Além dos alamares, a patente dos alunos vai subindo à medida em que eles recebem uma nova graduação, podendo chegar até a categoria coronel-aluno.

Participação comunitária

Para implantar um colégio militarizado em um bairro, é realizada audiência pública com a comunidade escolar. Nestas audiências, o projeto é apresentado a todos os participantes, e em seguida são abertos debates, questionamentos e discussões. Ao final do processo, a votação é aberta.

“Fui privilegiada em estudar em um colégio militarizado porque me senti mais segura e os pais podem se tranquilizar para deixar seus filhos e os professores se empenham cada vez mais”, afirmou a estudante Al Sabrina, do Colégio Camilo Dias, do bairro Liberdade, em Boa Vista.

Entenda as diferenças entre os sistemas militarizado e cívico-militar

Com a notícia de que o Pecim (Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares) será desinstalado gradativamente das escolas a partir do próximo ano, muitas dúvidas surgiram sobre as atribuições desta modalidade de ensino e do modelo dos colégios militarizados.

Embora existam semelhanças entre eles existem diferenças na estrutura de funcionamento.

O Colégio Estadual Militarizado possui regimento baseado na Polícia Militar de Estado, com autonomia para montar a estrutura pedagógica. Já as Cívico-Militares são iniciativas federais e compartilham a atuação de oficiais das Forças Armadas Brasileiras (Marinha, Exército e Força Aérea).

Ambos os modelos são financiados pela Secretaria de Educação e Desporto e possuem gestão compartilhada com civis. Os professores e a organização didático-pedagógica são de atribuições dos servidores da Seed, bem como da financeira.

Em Roraima, apenas a Escola Fagundes Varela, em Boa Vista, integra o Programa Federal das Escolas Cívico Militares que permanecerá neste formato até o final do ano, uma vez que a Seed já havia renovado o acordo de cooperação técnica referente a este modelo de escola.

Quanto às demais unidades de ensino que compõem a Rede de Colégios Estaduais Militarizados, além do Colégio Militar Estadual, permanecerão no mesmo formato, sem alterações.

Layse Menezes

 

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