Infecções no fígado com alterações leves, moderadas ou graves, combater as hepatites virais é um desafio para as autoridades em saúde da região Norte, localidade do país com maior incidência da doença. Nos seis primeiros meses deste ano, 75 pessoas foram infectadas pelo vírus, em Boa Vista. Em 2022, o número chegou a 128 notificações. Nesta sexta-feira, 28, Dia Mundial de Luta contra a doença, a prefeitura alerta para a prevenção e o diagnóstico precoce.
Atualmente, existem cinco tipos de hepatites virais rastreadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são elas: A, B, C, D e E. Em Boa Vista, a hepatite C possui o maior número de casos, com 30 incidências registradas de janeiro a junho deste ano e 61 notificações em 2022. O segundo lugar é ocupado pela hepatite B, seguido pelas demais tipagens.
Devido aos altos índices das hepatites virais, autoridades em saúde trabalham para reduzir 90% das notificações da doença nos próximos dez anos. De acordo com a coordenadora municipal do programa de IST/ HIV/ AIDS e Hepatites Virais, Nira Correa, as hepatites são doenças extremamente silenciosas, fator que dificulta a intervenção médica ainda no início da infecção.
“As recorrências das hepatites virais são causadas pela falta de prevenção das pessoas, pois muitos acabam se descuidando. O alto índice dessas doenças acabou se tornando uma questão de saúde pública no mundo inteiro, mas é importante salientar que existe a possibilidade de prevenir com as vacinas, que são seguras e eficazes, e o uso dos preservativos”, alertou.
Prevenção
O tratamento das hepatites é oferecido integralmente pelo SUS, desde o diagnóstico a alta do paciente hepático. No entanto, a prevenção ainda é a opção mais eficaz, com a aplicação das vacinas e uso de preservativos. O Ministério da Saúde (MS) tem investido em políticas públicas para reduzir recorrências da doença e criou o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais.
Além de reduzir os índices das hepatites no país, o MS conta com a Atenção Primária como mecanismo principal para diminuir a mortalidade causada pelas infecções em 65% dos casos até o ano de 2030.
Teste rápido
Entre os sintomas das hepatites virais se destacam, o cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pelE e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Em caso de suspeita de infecção, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), disponibilizam os testes rápidos, com leitura e interpretação dos resultados em 30 minutos, situação que acelera o início do tratamento, em casos positivos.
O teste rápido, processo sigiloso, feito com amostra de sangue, detecta infecções como HIV, sífilis, hepatite B e C.
Julho Amarelo
O mês de julho é voltado para a importância da prevenção das hepatites virais em todo o país, com o ‘Dia D’, nesta sexta-feira, 28. A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) tem feito diversas ações em vários pontos de Boa Vista com imunização, palestras, testes rápidos, consultas médicas, distribuição de preservativos femininos e masculinos.
Uma destas ações aconteceu no Terminal de ônibus José Campanha Wanderley nessa quinta-feira, 27. Aos 71 anos de idade, o aposentado Dionísio Teles fez o teste pela primeira vez na vida e assegurou que é um processo extremamente ágil, desde a coleta à entrega do resultado.
“Estava indo para casa, vi essa movimentação dos profissionais de saúde aqui e resolvi entrar para saber dos serviços que estão sendo ofertados. Não precisei tomar vacina porque estou com o meu cartão em dia, com todas as vacinas atualizadas. Aproveitei para fazer um teste rápido, nunca tinha feito e foi bem tranquilo e agora vou esperar uns 20 minutinhos para receber o resultado”, disse.
Com a caderneta de vacina atrasada, a servidora pública Patrícia Lins tomou cinco imunizantes durante a ação. “Como estou com algumas vacinas atrasadas, vou precisar tomar cinco doses, são elas: a Tríplice Viral, Influenza, Dupla Adulta, Hepatite B e Bivalente. Acabei descuidando do meu cartão de vacina e não me atentei que estava com essas doses atrasadas, mas agora vou ficar atenta para não acontecer de novo e correr esse risco de ficar desprotegida para essas doenças”, contou.
Jaqueline Pontes