Proporcionar experiências agradáveis na primeira infância contribui para a formação de adultos autoconfiantes, preparados para desafios e mentalmente saudáveis. Esta é a missão da família que a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal define como parentalidade positiva. Uma metodologia colocada em prática pela Prefeitura de Boa Vista nos encontros de primeira infância e nas visitações domiciliares.
Parentalidade positiva é quando as crianças são educadas por meio de estratégias que envolvem atenção, cuidado, apoio e encorajamento. Elas se tornam mais cooperativas, reagem positivamente à não utilização da punição e mostram maior flexibilidade e adaptação diante de novos cenários ou transformações.
Segundo a secretária municipal de Projetos Especiais, Andréia Neres Ferreira, este é um dos pilares do Programa Família que Acolhe (FQA), que comemora uma década de ações voltadas à primeira infância. “O nosso objetivo é alcançar o desenvolvimento integral das crianças e isso ocorre por meio da família, com ações de parentalidade positiva” explicou.
A metodologia do programa foi desenvolvida ao longo dos 10 anos por profissionais das equipes intersetoriais de saúde, educação, comunicação, assistência social, entre outras, além das experiências com as famílias beneficiárias do FQA e de grandes parceiros que ajudaram na evolução das ações, de forma direta e indireta.
Encontros de Primeira Infância
Nas reuniões, meninos e meninas são estimulados nos aspectos de linguagem, cognição, vínculos afetivos e socialização. O programa traz a perspectiva de que é possível para os pais e cuidadores trabalharem com as crianças usando materiais simples e de fácil acesso em casa, sem investimentos caros.
A Mayne de Souza, mãe da pequena Helena de 11 meses, vem ao Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) São Francisco, no Centro, duas vezes por mês para as atividades em grupo. “A Helena gosta de ouvir histórias, ver outras crianças, compartilhar momentos e aprender”, contou a beneficiária.
Visita domiciliar
A visita domiciliar é outra estratégia de trabalho do FQA que traz impactos significativos na vida das famílias e tem se mostrado eficiente no fortalecimento de vínculos e na promoção do desenvolvimento infantil. O visitador é o profissional responsável por fazer esse trabalho.
O casal Antônia Souza e Vanderley Gomes faz o acompanhamento da pequena Lia, de 3 anos, no conforto de casa. Uma importante missão do visitador, Márcio Vieira, que acontece a cada dia 15 dias. A confiança da família no programa e na equipe foi construída a partir de uma postura acolhedora, de uma comunicação de fácil entendimento, de gestos e atitudes respeitosas ao longo dos anos.
“Sempre fomos acompanhados por um visitador e muito bem atendidos pela equipe do FQA. Nas visitas, a gente canta, brinca e conversa com a Lia, porque sabemos que é importante interagir com a nossa filha. Queremos aproveitar cada fase do crescimento dela e fortalecer o nosso vínculo familiar”, contou Antônia.
FQA referência nacional e internacional
O FQA é uma política pública reconhecida no Brasil e no mundo. Para isso, a Prefeitura de Boa Vista soma diversos ingredientes, entre eles, estrutura, financiamento, capacitação, metodologia, intersetorialidade e sobretudo as pessoas. Segundo a secretária Andréia Neres, o comprometimento da equipe pavimenta um caminho de esperança para os beneficiários.
“O trabalho é feito com seriedade e intencionalidade na sede do programa, nos Centros de Referência e Assistência Social (CRAS), nas casas das famílias, além dos outros equipamentos da prefeitura e da cidade. Tudo isso fortalece a política pública e a proposta de trabalhar a parentalidade positiva em Boa Vista. Assim teremos uma sociedade cada vez melhor”, ressaltou.
Parceiros do Família que Acolhe
A capital da Primeira Infância transformou em política de Estado o investimento nas crianças pequenas. A Prefeitura de Boa Vista conta com 20 parcerias que deram suas contribuições para promover o fortalecimento das políticas públicas locais de apoio às gestantes, famílias e crianças na primeira infância, parentalidade e de educação infantil.
Ráyra Fernandes