O projeto “Educar é Prevenir”, do Programa de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa de Roraima (PDDHC/ALE-RR), finalizou nesta sexta-feira, 29, uma série de atividades informativas sobre tráfico humano no Colégio Estadual Militarizado Carlo Casadio, no bairro Cinturão Verde. O intuito foi capacitar professores e técnicos da escola, bem como debater com alunos sobre os perigos desse crime.
Ao longo da semana, o colégio recebeu material de divulgação, incluindo cartazes e banners, que serviram como ferramentas visuais para disseminar informações sobre a prevenção desses crimes. Além disso, gestores, professores e funcionários passaram por uma capacitação intensiva, preparando-se para abordar esses tópicos sensíveis com os alunos nas salas de aula.
O projeto foi encerrado na tarde de hoje (29) com palestras de representantes de instituições públicas e privadas para um público de mais de 300 estudantes. O principal foco do projeto é dialogar com o corpo escolar sobre as modalidades, as formas de aliciamento, prevenção e desmistificação de alguns temas relacionados ao tráfico de pessoas, conforme explica Glauber Batista, coordenador do Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas da ALE-RR.
“Toda a temática que a gente aborda nas capacitações mostra os perigos que tem o tráfico de pessoas, principalmente os tipos de aliciamento via internet, que estão ocorrendo muito no nosso Estado. Então, a gente alerta esse público jovem, porque são eles o alvo de aliciamento para o fim de tráfico de pessoas, principalmente na modalidade de exploração e abuso sexual”, ressaltou Batista.
Quem aprovou a iniciativa foi a aluna Mayte Felicio, de 17 anos. A estudante do terceiro ano do ensino médio destacou que a temática é relevante para informar os estudantes e discutir com a sociedade.
“A juventude de hoje precisa ser conscientizada em diversas formas, principalmente porque a rede social está aberta para qualquer um usar, sendo boas ou más pessoas. A gente viu que o tráfico humano é algo que acontece diariamente e por isso as pessoas precisam estar informadas para se prevenir”, refletiu a aluna.
Uma das palestrantes foi Verônica Cisz, policial rodoviária federal. Ela destacou que esse trabalho de base com os estudantes é necessário para identificar os crimes relacionados ao tráfico de pessoas.
“Essa ação nas escolas traz outra perspectiva sobre a PRF, pois a gente realiza um trabalho preventivo, para que em uma futura ação, não encontremos esses jovens em situação de risco e de exploração. Trabalhar com esse projeto faz com que a gente possa alertar os jovens sobre essas falsas promessas dos aliciadores”, comentou Cisz.
O gestor administrativo da escola, tenente-coronel Vasconcelos, classificou a ação do programa especial da ALE-RR como fundamental para a apresentação do tema aos estudantes. “Acredito que esse projeto vem enriquecer muito o conhecimento de toda comunidade escolar. Alguns dos nossos adolescentes já estão entrando na vida adulta, partindo para o lado do profissional e, abrir a mente deles sobre esse tema, auxilia a sociedade a conhecer mais essa problemática”, afirmou.
A rodada de palestras contou também com a participação de representantes do Conselho Tutelar, Organização Internacional para as Migrações (OIM), Cáritas e da Rede da Conferência dos Religiosos do Brasil denominada “Um grito pela Vida”.
Atendimentos
Desde 2017, o Poder Legislativo trata o tema como política pública por meio Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CPVTP – PPDHC), que abarca o Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas; os projetos Educar é Prevenir, Prevenção sem Fronteiras e Mira Ellos, e é pioneira nas ações de prevenção.
Os gestores escolares interessados em receber a semana instrutiva do ‘Educar é Prevenir’ podem procurar atendimento na sede do Programa de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania, localizada na rua Coronel Pinto, 524, bairro Centro, ou pelo e-mail traficodepessoas.rr@gmail.com.
Anderson Caldas