Mecias de Jesus questiona as causas da seca na Amazônia em discurso no Senado

Parlamentar de Roraima afirma que querem culpar o agronegócio a qualquer custo pela seca na Amazônia. – Foto: Agência Senado

Com uma extensão de quase 1.700 km de águas escuras, o Rio Negro alcançou a marca de 13,59 metros e a seca de 2023 já é a pior da história em Manaus. Os dados foram obtidos nesta segunda-feira, 16, pelo porto da capital amazonense, que monitora o ritmo de subida e descida das águas. No dia 24 de outubro de 2010 o rio chegou a descer para 13,63 metros. Na época, foi considerada a seca mais severa desde que as medições hidrológicas foram instaladas no Rio Negro, em 1902. Agora, 13 anos depois, a marca foi ultrapassada oito dias antes e as águas continuam baixando, uma média de 13 centímetros por dia, conforme o Porto de Manaus.

Atendo ao assunto, nesta segunda-feira, 16, o líder do Republicanos no Senado Federal, Mecias de Jesus, discursou sobre a seca na Região Amazônica, que é a mais grave da história. Ele explicou que, nas últimas décadas, a queda do nível do rio Negro levou às autoridades da região a procurarem por estudiosos do clima e especialistas no assunto, mas eles não conseguiram apontar a causa precisa que justificasse tal fenômeno e, apenas, apontaram três alternativas. “A primeira delas seria o aquecimento do Oceano Atlântico, com o dipolo do Atlântico, mas sem explicarem por que aqueceu. A segunda seria uma redução da transpiração das árvores. Por fim, a terceira alternativa apontava para a fumaça produzida pelas queimadas”, destacou Mecias.

O senador acrescentou que o falecido estudioso do meio ambiente, o norte-americano Robert Felix, escreveu em livro, publicado na década de 90 do século passado, que o mar na realidade aquece, em razão da erupção de milhares de vulcões submarinos, ainda não devidamente estudados e totalmente desconhecidos. “Como simples observador, prefiro confiar e acreditar nessas pessoas que pesquisam e analisam como reconhecidos cientistas. Melhor do que ficar preocupado com especulações que trazem alternativas infindáveis. Os que nada explicam querem creditar os males do mundo aos que trabalham e pagam impostos. Querem afundar o agronegócio a qualquer custo, e ninguém sabe a troco de quê. O estado de Roraima tem sido constante vítima dessa atitude. O que essa gente entende de carbono, para ficar aterrorizando com palavras vazias? Eles são graduados em química ou biologia? Têm doutorado em alguma dessas áreas? Temos registros das 10 piores secas que o Brasil já enfrentou, revelando a magnitude do sofrimento e a escassez de recursos hídricos em várias regiões do país”, bradou o senador.

Para o senador de Roraima, a ocupação da Amazônia teve início há 14 mil anos, quando povos ali chegados passaram a praticar agricultura. E atualmente, as pessoas dispõem de tecnologia avançada e retiram da terra o seu sustento, com melhor aproveitamento.

O parlamentar questionou, em seu discurso, a ministra do Meio Ambiente sobre quem seria o responsável por essa recorrente seca. “Seria o agronegócio o principal culpado por esse desafio ambiental? É o agronegócio brasileiro? É a pergunta que eu faço à ministra Marina, aos ambientalistas de plantão que querem sufocar o agronegócio brasileiro e a Amazônia do nosso país”, enfatizou.

O líder afirmou também que o Brasil tem tudo disponível e às mãos, para se tornar a potência do século 21. “Não podemos e não devemos nos submeter a aventureiros que têm interesse em ver a derrocada do Brasil, apresentando fórmulas e soluções ultrapassadas. A riqueza só tem como ser produzida através do trabalho e da correta utilização de nossos recursos naturais. Nós só precisamos acreditar no nosso potencial e evitar aventureiros e conselheiros que buscam tão somente o lucro imediato, mesmo que isso cause a nossa destruição. Que lutemos pelo Brasil, que lutemos pela Amazônia. A Amazônia é nossa, é patrimônio de todos os brasileiros”, finalizou Mecias de Jesus.

 

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